Agência France-Presse
postado em 26/10/2012 18:51
Ames - Mitt Romney se apresentou novamente nesta sexta-feira (26/10) como o candidato da "verdadeira mudança" frente ao "status quo" de Barack Obama na região estratégica do Meio-oeste, enquanto o presidente dava uma bateria de entrevistas na Casa Branca a 11 dias da eleição presidencial.O dia começou com o anúncio do crescimento da economia americana de 2% no terceiro trimestre em relação ao segundo, em ritmo anualizado, índice imediatamente considerado insuficiente pelo republicano Mitt Romney, que prometeu que em seu mandato o crescimento voltará aos 4%.
Romney retomou o lema da "mudança" adotado na quinta-feira, explicando durante uma viagem a Iowa (centro) que o momento necessita "de uma mudança em relação ao caminho adotado há quatro anos".
"Os americanos querem ver grandes mudanças. Juntos, nós podemos promover uma verdadeira mudança", repetiu ele em um discurso, comprometendo-se em seguida a reduzir o déficit, intensificar o crescimento e criar 12 milhões de empregos nos próximos quatro anos.
Em um dicsurso voltado para a saúde, o candidato novamente mostrou a sua intenção de centralizar esta área a alguns dias da eleição. "Reformaremos o sistema de saúde para reduzir o aumento dos custos, fornecer cuidados àqueles com antecedentes médicos, e fazer que todos os americanos tenham acesso à saúde", lançou.
Esses objetivos lembram a reforma promulgada pelo presidente democrata em 2009, detestada pelos republicanos e que Mitt Romney prometeu anular caso fosse eleito em 6 de novembro.
Seu avião deve, sem seguida, levá-lo a Ohio (norte) para um grande ato eleitoral à noite em um estádio de Akron, ao lado de seu companheiro de chapa Paul Ryan.
Apesar de uma ofensiva dos democratas para orientar a campanha para questões sociais, como o aborto, em que acreditam levar vantagem, o republicano tenta manter o debate dentro dos limites que havia estabelecido no início de sua campanha: a economia e o emprego, que se recuperam com dificuldade da crise de 2008.
As pesquisas ilustram o que os dois candidatos já sabem: a edição 2012 da disputa pela Casa Branca é uma das mais difíceis de prever da história recente.
Em 2008, Barack Obama tinha uma vantagem de mais de seis pontos sobre John McCain nas últimas semanas de campanha. Quatro anos antes, em nenhum momento John Kerry tinha conseguido superar o presidente da época, George W. Bush.
Este ano, nas dez últimas pesquisas de intenção de voto, seis dão Mitt Romney à frente, três pendem para Barack Obama e uma revela um rigoroso empate. Mas a maioria dos estados-chave, incluindo o crucial Ohio, se mantêm favoráveis a Obama, embora com margens estreitas.
Após uma maratona eleitoral de 40 horas e 11.000 km percorridos em oito estados, Barack Obama deve ficar em Washington nesta sexta-feira, onde concederá nada menos que dez entrevistas à imprensa americana para estimular sua base a votar agora.
Todos os estados já permitem o voto antecipado, por correspondência ou pessoalmente, incluindo os 27 que não exigem justificativa de ausência para o voto por correio.
Obama concederá uma entrevista ao vivo à MTV às 17h00 locais (19h00 de Brasília).
Em 2008, 30% dos eleitores votaram antecipadamente, uma proporção que deve ser superada este ano. Mais de 8,6 milhões de eleitores já votaram --incluindo o próprio presidente, que cumpriu o ato cívico em seu reduto de Chicago (Illinois, norte)--, segundo dados do projeto Eleições da Universidade George Mason.
Os 11 últimos onze dias de campanha deverão saturar os meios de comunicação com anúncios publicitários. Mitt Romney e o Partido Republicano possuem 169 milhões de dólares à disposição, mais do que Obama e os democratas. Apesar disso, a campanha de Obama gastou mais que seus adversários.
Um evento inesperado pode perturbar a campanha: Mitt Romney cancelou a viagem que faria no domingo a Virginia Beach, na costa atlântica, devido a previsão de chegada do furacão Sandy, já chamado de "Frankenstorm" por causa de sua proximidade com a festa de Halloween na quarta-feira.