Eleições Presidenciais EUA

Eleitores norte-americanos que vivem no Brasil votam a distância e podem fazer a diferença

postado em 06/11/2012 13:07
Rio de Janeiro ; Mesmo morando a milhares de quilômetros de suas seções eleitorais, vários eleitores norte-americanos que vivem no Brasil vão ajudar na escolha do próximo presidente dos Estados Unidos. A eleição ocorre nesta terça-feira (6/11), mas os eleitores, mesmo no exterior, já enviaram seus votos por correio ou e-mail, opções disponibilizadas pelos Estados Unidos.

Em uma corrida presidencial apertada como a deste ano, que poderá ser decidida por poucos votos, eleitores que moram no exterior podem fazer a diferença. É no que acredita a escritora e jornalista Julia Michaels, que vive no Brasil há 31 anos e não votava nas eleições americanas há alguns anos. Desta vez, ela considera que seu voto pode ser decisivo na escolha do próximo presidente.

;Confesso que, há quatro anos eu não votei, porque eu sou de Massachusetts e, em 2008, todo mundo me dizia que o Obama [Barack Obama, atual presidente] ia ganhar de qualquer jeito por lá. Foi uma eleição histórica e eu queria ter participado. Foi uma preguiça da minha parte. Mas, nesta, eu acho importante votar, porque a eleição está apertada;, disse.

Julia diz que vai acompanhar a apuração na noite de hoje junto com amigos americanos. ;Como a eleição vai ser muito apertada, devemos ficar acompanhando até tarde da noite;, disse. Segundo ela, muitos de seus compatriotas devem assistir à apuração em um bar da zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

A jornalista disse que pediu sua cédula eletrônica por e-mail para a comissão eleitoral de seu condado, no estado de Massachusetts, há cerca de três semanas, e devolveu a cédula por e-mail mesmo. Além de presidente, Julia está ajudando a eleger servidores locais e a responder a perguntas de interesse de sua cidade. ;Sinto uma certa responsabilidade [em participar dessas escolhas], porque apesar de morar no Brasil há tantos anos, ainda pago Imposto de Renda lá;, disse.

Moradora do Morro da Babilônia, na zona sul da cidade do Rio, a pesquisadora da Universidade de Yale Catherine Osborn vive no país já apenas dois meses e meio. Há cerca de um mês, solicitou sua cédula de votação para a comissão eleitoral do condado de Travis, no estado do Texas.

Apesar de ter recebido a cédula por e-mail, as autoridades eleitorais locais exigem que ela seja impressa e enviada de volta por correio. ;Estou no Brasil há pouco tempo, então não sabia como funcionavam os Correios aqui. A primeira vez que usei os Correios foi para enviar a cédula. Mandei para a minha mãe, nos Estados Unidos, e ela encaminhou o voto [para a comissão eleitoral] para mim;, disse.

Catherine conta que ela sempre se envolveu na política partidária americana e acredita que é muito importante votar. ;Eu sou muito patriota, então a ideia de não votar era horrível, inimaginável. É muito importante votar. É seu dever como cidadão. Cada voto conta;, disse.

Em sua cidade, além de presidente, os eleitores vão decidir sobre questões referentes ao orçamento local, além de escolher autoridades do município e deputados federais.

Em entrevista à Agência Brasil em outubro, a vice-cônsul dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Ana Adler, disse que a mobilização da comunidade norte-americana no estado em torno das eleições deste ano foi a maior dos últimos 20 anos.

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