Agência France-Presse
postado em 07/11/2012 02:56
Washington - Os republicanos estavam prestes a manter a maioria na Câmara dos Representantes nesta terça-feira, mas sofreram uma série de reveses no Senado, controlado pelos democratas, permitindo prever a manutenção do impasse político.Os republicanos tinham obtido o controle da Câmara dos Representantes durante as eleições de metade de mandato em 2010, com uma vantagem de 25 assentos em relação aos seus rivais, de um total de 435. Segundo as redes de televisão americanas, eles devem manter esta maioria.
Já no Senado os democratas devem segurar sua apertada maioria, onde os eleitores renovam um terço das 100 cadeiras. Os americanos votavam nesta terça-feira para presidente e para as duas câmaras do Congresso.
Esta situação pode prolongar o impasse político atual, no momento em que os membros do Congresso devem tomar decisões importantes até o final do ano em matéria de dívida e de orçamento.
Em Massachusetts, onde a batalha estava muito disputada, a democrata Elizabeth Warren, uma professora da Universidade de Havard que atuou muito em favor dos consumidores, tirou o republicano Scott Brown de seu assento, que por muito tempo foi da estrela democrata Ted Kennedy.
Dois outros candidatos republicanos ligados ao Tea Party que tinham posições controversas sobre o estupro foram derrotados.
Em Indiana (norte), o democrata Joe Donnelly tirou a cadeira do conservador próximo ao Tea Party, Richard Mourdock, que havia suscitado uma avalanche de condenações depois de ter afirmado que uma mulher que ficasse grávida após um estupro era a "vontade de Deus".
Risco de calote
No Missouri (norte), o ultraconservador Todd Akin, imposto pelo Tea Party durante a primária republicana, foi derrotado pela senadora democrata, Claire MacCaskill. Ele havia causado consternação ao declarar no final de agosto: "Pelo que eu ouço da boca dos médicos, a gravidez após um estupro é muito rara (...). Se for um verdadeiro estupro, o corpo da mulher tenta por todos os meios bloquear tudo isso".
Os republicanos também eram considerados perdedores no Maine e em Connecticut.
O candidato democrata Christopher Murphy era dado como vencedor em Connecticut contra a republicana Linda McMahon, após a aposentadoria do atual senador, Joe Lieberman, um ex-democrata que se tornou independente.
Os membros do Congresso devem, portanto, se entender a respeito de duas questões importantes até o final do ano: a dívida e o orçamento.
Em relação ao orçamento, os republicanos, empurrados até o momento por uma minoria de representantes ligados ao Tea Party eleitos em 2010, prometem bloquear qualquer aumento de impostos, como exige o presidente democrata Barack Obama no que diz respeito às famílias americanas mais abastadas.
Sobre a dívida, o Departamento do Tesouro lembrou no dia 31 de outubro que o teto legal da dívida pública americana deve ser atingido até o final de dezembro, um limite que deverá ser elevado pelo Congresso se os Estados Unidos não quiserem entrar em situação de default.
Esta questão causa apreensão entre os políticos americanos desde o verão de 2011 (hemisfério norte), quando a nota de crédito do país foi rebaixada pela Standard & Poor;s.
Naquele momento, democratas e republicanos haviam chegado a um acordo segundo o qual, se não houver entendimento em torno de uma maneira de reduzir a dívida, um "muro orçamentário" de reduções draconianas de despesas e aumentos de impostos entrará em vigor a partir de 1; de janeiro.
A eleição no Congresso, menos acompanhada pela mídia do que a presidencial, custou mais caro do que a disputa pela Casa Branca.
Os dois candidatos à eleição presidencial gastaram no total 2,6 bilhões de dólares, um pouco menos do que em 2008 (2,8 bi), de acordo com o Center for Responsive Politics (CRP), enquanto os candidatos ao Congresso gastaram 3,4 bilhões.