Washington - A reeleição na noite de terça-feira (6/11) de Barack Obama, segundo presidente democrata que renova seu mandato desde 1945, provocou uma onda de manchetes entusiasmadas no país, embora a maioria dos meios de comunicação destaque a amplitude dos desafios econômicos que o chefe de Estado terá pela frente.
"A noite de Obama", anunciou em sua primeira página desta quarta-feira (7/11) o jornal The New York Times, afirmando que, apesar dos "poderosos ventos contrários no plano econômico", além de uma "rígida resistência dos republicanos no Congresso" e de "uma torrente sem precedentes de publicidade negativa", "a nação decidiu dar uma segunda chance" a Obama.
Esta vitória também é uma "ratificação de sua vasta reforma do sistema de saúde", acrescentou.
O jornal ressalta, no entanto, que o chefe de Estado "encontra-se diante de um país profundamente dividido", com os republicanos que conservam sua maioria na Câmara de Representantes e os democratas no Senado.
Já o Washington Post adverte em sua primeira página que o presidente enfrenta desde já uma "dura agenda": com uma economia "ainda longe de ser tão sólida quanto havia prometido" e com o iminente problema da dívida, que culminará em dezembro com a expiração do "muro orçamentário".
Este acordo alcançado entre democratas e republicanos no verão de 2011 (no hemisfério norte) prevê que, na ausência de um acordo até o fim do ano sobre a forma de reduzir a dívida pública, algumas medidas de reativação e de reduções de impostos expirarão no dia 1; de janeiro, sendo substituídas por reduções automáticas de gastos públicos.
O The Wall Street Journal também insiste sobre o famoso muro orçamentário, ressaltando que o presidente - reeleito, apesar de uma "nação destroçada por um declive econômico prolongado" - terá "pouco tempo para saborear sua vitória".
O jornal econômico de Nova York prevê para os próximos meses uma batalha na mesma linha que a "grande barganha" que ocorreu no ano passado e que levou o país à beira da paralisação governamental.
O The Chicago Tribune, que constata que, embora esta "doce vitória" de Obama esteja longe de ter a amplitude reconfortante da ocorrida quatro anos atrás, valida sua lei de seguro-saúde, sua reforma de Wall Street e a retirada das tropas do Afeganistão.
No entanto, "23 milhões de americanos continuam sem emprego ou em busca de um trabalho melhor", lembra o jornal.
Na costa oeste, o Los Angeles Times questiona se "os dois campos aprenderão a alcançar compromissos", ressaltando que o primeiro teste será resolver o problema do comentado bloqueio orçamentário.