postado em 17/08/2010 07:00
Um palanque duplo foi armado ontem em Porto Alegre para o presidenciável José Serra (PSDB). A governadora tucana Yeda Crusius, que tenta a reeleição, e o candidato do PMDB, José Fogaça, estavam juntos para receber o tucano numa churrascaria repleta de representantes de diferentes partidos. Para não desagradar ninguém, Serra preferiu ficar em cima do muro quanto a sua preferência para a disputa pelo comando do Palácio Piratini: ;Um dos dois vai governar o Rio Grande, e vai governar comigo;, disse em seu discurso.Para representantes do PSDB, PPS, DEM, PSC, PTB e PMDB, o candidato pediu que seus apoiadores se dediquem à campanha e façam uma ;ventania; para conquistar votos. Serra reclamou que o Congresso ;está todo com a outra candidata; e ainda alfinetou o presidente Lula: ;Não sou daqueles que dizem que o Congresso tem 300 picaretas;, disse numa alusão às declarações de Lula quando ainda era oposição ao governo.
;Gaúcho presidente;
Cercado por gaúchos, o candidato afirmou que o país tem dívidas impagáveis com o Rio Grande do Sul, sendo a falta de investimentos no agronegócio uma das principais. Serra disse ainda que o estado, governado nos últimos anos por uma tucana, ficou para trás na lista dos que receberam investimentos e prometeu ser um ;gaúcho na presidência;. ;O Rio Grande ficou para trás em matéria de investimentos governamentais. O Rio Grande é o estado da produção e, na presidência, eu vou ser o homem da produção.;
A crítica direta ao governo foi feita com base nas empresas estatais. Para Serra, houve um aparelhamento político nas direções de empresas como os Correios, que passaram a servir a interesses partidários. O candidato prometeu trabalhar pela estatização dos órgãos públicos, de forma a torná-los ;realmente públicos;. Antes de discursar, José Serra ouviu a escritora Lya Luft ler um manifesto de apoio dos ;notáveis gaúchos;, redigido pelo jornalista Flávio Tavares.
O TRE do Distrito Federal informa que não envia e-mail aos eleitores comunicando o cancelamento de título eleitoral.
Criação de bibliotecas
A candidata do PV à presidência da República, Marina Silva, visitou ontem a 21; Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Abordada por estudantes que visitavam o evento, a presidenciável circulou pelos corredores com ar de celebridade. Em meio ao discurso a favor da disseminação da leitura, Marina autografou exemplares de sua biografia, Marina ; A vida por uma causa, que estava em muitos estandes da bienal.
A candidata falou sobre a importância da leitura e disse que é a favor da implantação de uma biblioteca em cada escola pública do Brasil. Para ela, uma parceria entre os ministérios da Cultura e da Educação tornaria viável a criação dessas bibliotecas. Apesar de afirmar conhecer as dificuldades para o projeto se consolidar, a candidata disse que o envolvimento de diferentes órgãos iria criar condições favoráveis à ideia. ;Não é impossível de se fazer. É tecnicamente e economicamente viável;, defendeu.
Marina afirmou ainda que o tempo curto de que irá dispor na propaganda eleitoral não será obstáculo à divulgação das suas bandeiras de campanha. Para ela, o programa do PV que começa hoje deverá surpreender os eleitores. ;Espero que o programa possa surpreender. Que, quando faltarem poucos instantes para entrar no ar o nosso um minuto e pouco, que corram todos para a TV para assistir. Enviaremos mensagens em pequenas porções, mas de grande qualidade. Será como a castanha-do-pará, que basta comer uma por dia para estar nutrido;, disse.