postado em 19/08/2010 07:30
Desentendimentos entre PT e PMDB no Ceará ameaçam a estabilidade da campanha da petista Dilma Rousseff no estado. A longa disputa entre os dois candidatos da coligação ao Senado, José Pimentel (PT) e Eunício Oliveira (PMDB), ganhou novos contornos com o clima quente de bastidores. Para centralizar as decisões, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) assumiu a coordenação das campanhas no estado.Ciro coordena o comitê que reúne decisões sobre Dilma, a reeleição do governador Cid Gomes (PSB) e dos dois candidatos a senador. O deputado comanda a estrutura política para evitar desgastes desnecessários. Eunício Oliveira pediu empenho do PT local pela sua eleição. O partido, no entanto, estaria colocando todos os seus esforços em cima da eleição de Pimentel e deixando o peemedebista em segundo plano, inclusive poupando de ataques o senador Tasso Jereissati (PSDB), candidato à reeleição.
Para tentar amenizar a tensão, o presidente Lula deve entrar em campo. Ele foi acionado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para gravar mensagens de apoio a Pimentel e Eunício. ;O Lula precisa vir ao Ceará para dizer qual é a sua chapa de governador e de senador;, afirmou o deputado José Guimarães (PT-CE), que reconheceu o surgimento ;vez ou outra; de atritos. ;Precisamos administrar para evitar os problemas. O esforço é esse, mas o que vale é a política real. O fato é que queremos derrotar o PSDB e mostrar que o Tasso é o anti-Lula;, emendou.
Tucanos
Com a base governista dividida, o candidato do PSDB ao Planalto, José Serra, investiu no estado no começo da campanha e no período pré-eleitoral. Ele visitou Cascavel, Fortaleza, Juazeiro, Massapê e Marco, enquanto Dilma esteve apenas na capital para participar de uma caminhada antes da largada oficial da corrida pelo Palácio do Planalto. Com o abandono dos dois pré-candidatos, a eleição cearense regionalizou-se e se focou nas previsões sobre vitória de Cid Gomes e quem será eleito ao Senado.
O senador Tasso Jereissati, favorito para manter sua cadeira, evitou fazer uma associação direta com Serra com medo de que poderia representar um revés à campanha, levando-se em conta a popularidade do presidente Lula no estado. Rompido com o governador, Tasso instou a candidatura do deputado estadual Marcos Cals (PSDB), que foi secretário de Justiça e Cidadania do governo de Cid Gomes.