Eleicoes2010

Roriz acusa PT de "baixaria" na TV

Ex-governador reage contra programa eleitoral de Agnelo, que o chamou de "ficha suja", e entra com pedido de direito de resposta. Petista diz que se o concorrente considera episódio como ataque que reclame com a Justiça

postado em 20/08/2010 07:00

Eduardo Brandão (D) visitou fábrica de meios-fios feitos com garrafas plásticas do condomínio Entre LagosA campanha na TV subiu o tom da disputa pelo Governo no Distrito Federal. No primeiro programa eleitoral dos concorrentes ao Executivo, o PT de Agnelo Queiroz tomou a iniciativa. Chamou o adversário Joaquim Roriz (PSC) de ;ficha suja;. O ex-governador reagiu com um pedido de direito de resposta na Justiça, que deve ser respondido ainda hoje pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). E os dois candidatos que na primeira etapa da campanha fugiram do embate pessoal, trocaram farpas durante o dia de ontem. Roriz defendeu-se acusando Agnelo de partir para a ;baixaria;. O petista deu de ombros e sugeriu que o oponente vá reclamar com o TRE, que o impugnou.

O PT vai insistir no formato de programa que foi ao ar na última quarta-feira à noite. Na ocasião, a coligação Novo Caminho fez um comunicado em tom oficial dando notícia sobre a situação de Roriz na Justiça Eleitoral. Disseram que a candidatura do ex-governador está impugnada pelo TRE e que ele teria recorrido da decisão e perdido em duas oportunidades. Nos próximos programas, o PT vai continuar usando o que chama de formato jornalístico para minar Roriz. Só haverá um revés nessa estratégia se a Justiça Eleitoral considerar que as críticas foram ofensivas.

Ex-governador reage contra programa eleitoral de Agnelo, que o chamou de No início da tarde de ontem, os advogados do ex-governador ingressaram no TRE com um pedido de direito de resposta (veja O que diz a lei). A defesa de Roriz alega que a coligação de Agnelo Queiroz usou de má-fé para veicular informações ;mentirosas;. ;Primeiro porque diz que o candidato é ficha suja e recorreu duas vezes, o que é inverídico e, depois, porque não se identificou. Isso é covardia e confunde o eleitor;, alegou o advogado Adolfo Marques da Costa.

;Nivelar por baixo;
O próprio Roriz comentou ontem o episódio: ;Os meus adversários tentam nivelar por baixo a disputa eleitoral. Desesperados, fazem ataques pessoais, enquanto tento manter uma disputa alto nível, com propostas para a cidade;, disse o ex-governador. Ao repercutir o tom do programa eleitoral, Agnelo destacou que intenção foi a de esclarecer a população que ;um ficha suja quer ser candidato ao Buriti;. Para o petista, ;se isso é ataque, ele (Roriz) que vá falar com o tribunal. Ele está impugnado até agora, não tem registro. Será que quer esconder isso da população? Acho que ele deveria ter respeito pela população e tomar outro rumo;, sugeriu Agnelo.

Agnelo Queiroz, na Rodoviária do Plano Piloto: A reação de Roriz terá dois momentos. Num primeiro estágio, a equipe do ex-governador apostará na conquista do direito de resposta. Se ele for concedido, o candidato rebaterá as acusações e fará um discurso reforçando sua disposição de usar o programa eleitoral na televisão e no rádio para falar de propostas e não de denúncias sobre os adversários.

Caso não tenha o pedido de resposta aceito e o PT continue a bombardear Roriz, o grupo que o apoia vai entrar em ação. Integrantes da coligação do ex-governador avaliam que para Roriz surte mais efeito deixá-lo na condição de vítima da situação. Mas, pelo jeito, esse é um entendimento circunstancial. ;Se os ataques continuarem, vamos ser obrigados a falar um monte do que sabemos sobre o passado de Agnelo;, ameaçou um dos estrategistas da campanha de Roriz.
Colaboraram Luísa Medeiros e Juliana Boechat


Roriz , durante visita à Ceasa: Ele está impugnado. Será que quer esconder isso da população?
Agnelo Queiroz





Artistas e feirantes

Luísa Medeiros
Juliana Boechat
A cultura pautou a agenda de ontem do candidato do PT ao Buriti, Agnelo Queiroz. Durante a manhã, ele participou de uma reunião com artesãs no auditório da Legião da Boa Vontade (LBV), na 514 Sul. O petista prometeu linhas de crédito para o setor, a criação de um programa de qualificação profissional e a destinação de áreas para a exposição dos produtos.

Em seguida, o candidato teve um encontro com artistas, cineastas e produtores culturais do DF em uma tenda de circo montada no gramado próximo à Funarte, no Eixo Monumental, em que foi exibido um filme com as propostas da categoria para o governo do PT. A descentralização do movimento cultural de Brasília e a recuperação do Polo de Cinema foram algumas das solicitações da classe.

Depois de duas horas de atraso, o candidato do PT chegou ao almoço com empresários do segmento de supermercados na churrascaria Buffalo Bill, na EPTG. Apesar da demora, os empresários esperaram para cumprimentar e ouvir Agnelo, que prometeu avaliar o pedido dos representantes do setor para antecipar o pagamento de tributos na tentativa de combater a concorrência desleal.

À noite, Agnelo fez corpo a corpo na Rodoviária do Plano Piloto, onde esteve acompanhado dos candidatos ao Senado Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB).

Já Joaquim Roriz (PSC) cumpriu dois rápidos compromissos ontem. Por volta das 8h30, ele chegou à Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa) na companhia do candidato a vice-governador, Jofran Frejat (PR). Ele cumprimentou visitantes e proprietários das bancas de frutas, legumes e verduras. Roriz tirou fotos com eleitores em potencial e tomou café com leite em um dos estabelecimentos.

O ex-governador prometeu ampliar a feira e melhorar a condição de vida dos trabalhadores do local. ;Pedir voto é importante, mas não vim até aqui para fazer isso. Quero ouvir as reivindicações da população;, explicou. ;Se eu falei que vou revolucionar a cidade, os eleitores acreditam porque eu já fiz isso antes;, destacou.

À noite, ele inaugurou comitês de apoio político. Esta semana, Roriz interrompeu a maratona nas ruas para se dedicar às gravações dos programas de televisão e rádio para o horário eleitoral gratuito. Ele se encontrou com militantes e a população em Samambaia Sul, por volta das 19h.


Atenção ao meio ambiente

Lucas Tolentino
Especial para o Correio
O candidato a governador Eduardo Brandão (PV) teve boa parte do dia de ontem tomada por entrevistas a rádios e jornais comunitários do Distrito Federal. Mas houve tempo para outras atividades de campanha. O político visitou, pela manhã, a fábrica de meios-fios ecológicos feitos com garrafas plásticas do condomínio Entre Lagos, na região do Paranoá, na companhia de Adilson Barreto (PV) e Cadu Valadares (PV), que disputam vagas na Câmara Legislativa e ao Senado Federal, respectivamente. Brandão promete criar centros de produção iguais aos do parcelamento habitacional em todo o DF.

A campanha de ontem incluiu um almoço no restaurante comunitário do Itapoã. O candidato aposta cada vez mais na proximidade com o eleitor e acredita que o início do programa eleitoral gratuito vai ajudar a chapa do partido a decolar na disputa. A desvantagem de tempo na televisão e no rádio em relação aos adversários não desanima Brandão. ;As melhores propostas estão nas pequenas propagandas;, disse. O candidato acrescentou que aproveitará todos os canais de comunicação para conscientizar a população.

PSol
Enquanto isso, Toninho do PSol cumpriu agenda reduzida. Pela manhã, o candidato a governador conversou com empresários, vendedores e frequentadores do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA). ;Esse é um dos espaços mais democráticos da cidade porque há pessoas de quase todos os segmentos comerciais. A caminhada foi muito proveitosa;, avaliou. Mesmo assim, o político contou que as andanças pelo SIA dividiram opiniões. ;Tivemos desde apoios explícitos à nossa candidatura a rejeições de simpatizantes dos nossos oponentes;, relatou Toninho.


O que diz a lei
A Resolução n;23.193 em seu 15; artigo estabelece os critérios para o direito de resposta. Ele é concedido a candidato ou coligação quando a Justiça entende que houve propaganda ofensiva. Nesse caso, o concorrente atacado pode utilizar o mínimo de um minuto ou o tempo que tiver sido usado para os ataques com o objetivo de se defender. Durou 27 segundos o tempo que o PT reservou para criticar a condição de Roriz na disputa ao governo.

Segundo prevê a Lei Eleitoral n; 9.504, o pedido de direito de resposta deve ser endereçado para o juiz eleitoral em, no máximo, 24 horas após a veiculação do programa considerado ofensivo. O processo deve conter cópia da fita com o programa em questão, a transcrição do material e os argumentos sobre o pedido de direito de resposta.

No caso de Roriz, a relatora da petição ingressada pela defesa do governador é a juíza Nilsoni de Freitas Custódio. Apesar de não haver um prazo de julgamento descrito pela lei, o TRE tem sido ágil para decidir as questões eleitorais. (LT)

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