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Marina Silva se diz fruto da liberdade e da democracia

Para defender a liberdade de imprensa, candidata do PV diz que ela, José Serra e Dilma Roussef tiveram papel importante na construção da democracia do país

Leonardo Meireles
postado em 20/08/2010 10:22
O 8; Congresso Brasileiro de Jornais, realizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) no Rio de Janeiro, recebeu nesta manhã a candidata a presidência da República Marina Silva (PV). Ontem, José Serra (PSDB) e Dilma Roussef (PT) também participaram do evento. O objetivo principal é a assinatura da Declaração de Chapultepec - documento com passos para a defesa e a garantia da liberdade de imprensa. Ao contrário dos dois presidenciáveis do dia anterior, Marina não criou polêmicas. Pelo contrário, lembrou que os três - ela, Serra e Dilma - tiveram papel importante na defesa da democracia.

"Não vim reagir a uma conjuntura, mas a liberdade de imprensa faz parte das minhas propostas", assegurou a senadora. Citando o filósofo e escritor Erich Fromm, Marina afirmou que a conquista da liberdade deve fazer com que nos tornemos mais maduros. E deve nos fazer exercitar a ética. "Não a ética das circunstâncias, mas a ética de valores. Toda a sociedade tem a noção da liberdade, da justiça e da igualdade. Essas três coisas, seja na cultura indígena mais básicas ou na civilização atual, são esses três valores que nos fazem vir aqui", explicou.

Para ela, a liberdade de imprensa é uma conquista que está referenciada nesses valores. "Minha posição é muito tranquila porque sou fruto da liberdade, sou fruto da democracia", afirmou. Em seu discurso, Marina disse ter imensa gratidão porque, segundo ela, grande parte do avanço em assuntos chamados periféricos, como a ecologia, veio pela ação e divulgação dos meios de comunicação. "Não temos que temer a liberdade, se a gente sabe para onde está indo, não temos que ter medo da liberdade", analisou.

Por isso, Marina declarou que todos devem se comprometer com um mundo fraterno, sustentável. E explicou usando a figura da internet. "Ainda mais em uma época em que cada um pode criar sua própria audiência. Não há como termos um fato sem ter várias escutas, visões, opiniões. Não é relativizar o fato. Somos livres para vivermos de acordo com a natureza que temos, que se constitui do olhar do outro", teorizou.

No final, revelou que estava com medo de vir para o evento. "Mas me falaram que não fariam perguntas. Imaginem, cheio de jornalistas, só sairíamos daqui amanhã", brincou. Para terminar, a presidenciável disse que existem três tipos de olhares: o que nos ignora, que nos olha frontalmente e o resvalado. "Esse último cria um espaço entre nós e o outro. Esse é o espaço onde se constrói a democracia. Estou aqui para me comprometer com esse espaço entre o estado e a sociedade. Esse espaço chamado de liberdade de imprensa", finalizou.

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