Eleicoes2010

Dilma abre comício em reduto petista atacando adversário tucano

Presidente e candidata petista ao Planalto reúnem oito mil pessoas em Osasco e criticam fragilidades da gestão tucana em São Paulo

postado em 21/08/2010 08:25
São Paulo ; Com discurso voltado para as mulheres, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, abriu o comício de ontem em Osasco (SP), reduto petista, atacando o adversário tucano, José Serra. ;O povo não é bobo. Sabe quem promete e faz e quem só promete;, disse, rouca, em referência ao ex-governador de São Paulo. A candidata também lembrou às cerca de 8 mil pessoas presentes que o DEM, partido do vice do Serra, tentou acabar com o Pro-Uni com uma ação no Supremo Tribunal Federal.

Dilma disse que Lula vai sofrer um aperto no coração quando deixar o Palácio do Planalto, mas que tem como consolá-lo elegendo uma mulher presidente da República ;para dar continuidade ao seu projeto de governo;. Já quase sem voz, ela encerrou o discurso dizendo que as eleições vão fortalecer o poder da mulher.

Ao anunciar o discurso de Lula, o locutor disse que o povo vai sentir saudades do único presidente sem diploma que o Brasil já teve. ;O diploma que ele vai ter orgulho de por na parede é o de presidente da República.; Emocionado, Lula pediu votos para o candidato ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante (PT), e para Marta Suplicy, que concorre a uma vaga no Senado. O discurso de Lula, que durou mais de uma hora, contra os 20 minutos de Dilma, marca o início da despedida do cargo. ;Vamos eleger Dilma Rousseff presidente do Brasil;, disse.

Lula tocou no calcanhar de Aquiles de Serra: os pedágios da estradas paulistas administradas por concessionárias. ;Quem quiser ir agora à festa do peão boiadeiro, em Ribeirão Preto, vai pagar R$ 40 de pedágio na ida e R$ 40 na volta para rodar 300km. Isso é roubalheira;, disse, aos berros. Lula afirmou que uma viagem de São Paulo a Belo Horizonte por estradas federais sai a R$ 7. ;Faço um apelo: Não votem em ninguém que está do lado de lá.;

O presidente disse que o governo de Serra em São Paulo era formado de pessoas arrogantes. ;Ministro meu levou até seis meses para conseguir marcar audiência com o adversário da Dilma. ;Eles acham que São Paulo não precisa do Brasil e que o Brasil não precisa de São Paulo;, destacou. Nem Lula nem Dilma citaram Serra. Ambos referiam-se ao tucano como ;o adversário de Dilma;.

Alma
Para Mercadante, Lula pediu para ele por mais ;alma; e ;emoção; no seu programa eleitoral. ;Campanha não se faz com técnica e sim com muita emoção;, aconselhou. Mercadante não foi a escolha de Lula para concorrer ao governo de São Paulo. Até o último minuto, o petista insistia que Ciro Gomes (PSB) aceitasse concorrer com Geraldo Alckmin (PSDB). O comício em Osasco dá início a uma série de eventos em São Paulo que Lula usará como forma de se despedir do cargo e como chance de vitaminar as candidaturas de aliados.

O município de Osasco é um dos maiores nichos do PT. No início do ano, Lula e Dilma entregaram 100 moradias para a população dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. ;Os candidatos do PT sempre foram recebidos com carinho pela população;, diz o prefeito de Osasco, Emidio de Souza, coordenador da campanha de Mercadante.

"Eles acham que São Paulo não precisa do Brasil e que o Brasil não precisa de São Paulo"
Luiz Inácio Lula da Silva, em referência aos administradores tucanos



Choque de autoestima

Em visita ao câmpus de Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos, o presidente Lula rememorou com nostalgia as três eleições que perdeu antes de chegar ao Planalto. ;Perdi três eleições e voltava para casa deprimido. Sentia que a parte mais pobre da população não votava em mim. Justamente a parte que queria ajudar;, recordou. De acordo com o presidente, foi sua mulher, Marisa Letícia, que o fez perceber a importância de entender os anseios do povo. ;Aprendi que a gente tem de convencer as pessoas a acreditar nelas próprias. Lula afirmou ainda que as universidades federais chegarão a 134 cidades até 2012.

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