Ivan Iunes
postado em 21/08/2010 08:29
O comando da campanha do PSDB à Presidência da República definiu como prioridade para as próximas semanas garantir os votos nos estados em que há chances claras de candidatos tucanos se elegerem governadores. Assim, José Serra reforçará a agenda no Paraná, no Pará, em Goiás e em São Paulo, considerados as trincheiras mais fortes da oposição nas eleições de outubro. A ideia é tentar estancar a queda de Serra nas últimas pesquisas, amparando o presidenciável em candidaturas regionais bem avaliadas pelo eleitor.Pela estratégia tucana, os candidatos aos governos serviriam de motor para alavancar Serra nessas regiões. ;Nos locais em que existe uma rejeição maior ao presidente Lula há a chance de crescermos. O Lula foi ao Paraná, por exemplo, e o Osmar Dias (candidato do PDT ao governo paranaense) caiu 10 pontos. Ganharam Beto Richa (adversário tucano de Osmar) e o Serra;, aponta o coordenador da campanha tucana, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).
O Pará receberá a visita de Serra na segunda-feira, seguido por Paraná e Goiás. São Paulo, assim como Rio de Janeiro e Minas Gerais, é agenda semanal fixa. No Rio, os eventos se repetem religiosamente na Baixada Fluminense aos sábados. Serra já foi a Duque de Caxias e Nova Iguaçu nos últimos 20 dias e participou até de um churrasco na laje. Hoje, tem caminhada programada com José Camilo Zito (PSDB), prefeito de Duque de Caxias. A rotina no estado tem como principal motivação a falta de palanque a governador e a crise constante com o DEM local, maior aliado dos tucanos nas eleições de outubro.
Desde o início da propaganda eleitoral, candidatos do DEM ainda não fizeram qualquer referência a Serra, incluindo o presidente do partido, Rodrigo Maia. Ontem, o senador Sérgio Guerra fez um apelo aos aliados. A pressão irritou parte dos aliados. ;Se estivéssemos em cima dos nossos adversários, arrumando problemas para eles, seria melhor, mas em vez disso ficamos com essa picuinha de discutir presença em horário eleitoral de candidato. Só conseguimos arrumar problemas para nós mesmos até aqui;, dispara Maia.
Colado em Lula
Outra polêmica que cerca os programas eleitorais de Serra é a exibição da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que abriu o programa eleitoral da TV na quinta-feira. ;O governador José Serra ficou oito anos querendo derrubar a moto do presidente Lula e agora quer sentar na garupa;, ironiza o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os tucanos são acusados por petistas de tentar ludibriar o eleitor ao sugerir uma proximidade entre Lula e Serra. Para o PSDB, a imagem apenas tem o intuito de aproximar os currículos. ;Serra tem trajetória. Dilma, não. Além do mais, o eleitor está muito bem informado, sabe que o Lula apoia a candidata do partido dele;, aponta Guerra.
Em visita a Manaus, Serra aproveitou para criticar a adversária petista, que seria contrária ao fundo para preservação do meio ambiente em escala mundial, rejeitado no ano passado pela convenção do clima em Copenhague, na Dinamarca. ;O maior beneficiado seria o Brasil porque ele vai dar valor de mercado à preservação florestal. Devo dizer, sem qualquer veneno eleitoral, que Dilma era contrária a participar deste fundo.;
28 de agosto - Último dia para candidatos, partidos e coligações verificarem dados e fotos que aparecerão na urna eletrônica