Em debate promovido pelo portal Uol em São Paulo nesta terça-feira (24/8), o candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer, negou a intenção de seu governo em controlar a mídia, como afirmou momentos antes Indio da Costa, vice de José Serra (PSDB). "A própria Dilma já disse, controle só se for o controle remoto. Não há possibilidade de impor um controle", disse Temer durante o debate Folha/UOL entre os candidatos a vice-presidente.
Questionado sobre o papel do vice presidente da República, Temer defendeu a descrição do cargo. "A função do vice é extremamente modesta. Ele tem que ser necessariamente discreto não porque queira, mas porque a Constituição diz que o vice deve substituir o presidente em suas viagens. Mas eu não teria objeção a essa tese (de se extinguir a figura do vice) na qual presidente da Câmara assumiria o governo na ausência do presidente", afirmou.
O peemedebista também negou que seu partido esteja negociando cargos e espaço num eventual governo da petista. ; O PMDB repudia o fisiologismo. Não há nada disso de partilha de cargos. Quem vai decidir isso é a presidente da República;, disse.
Consituinte exclusiva
Sobre a possibilidade de uma constituição exclusiva, Temer divergiu de sua companheira de chapa, Dilma Rousseff (PT). Segundo o peemedebista, não existe clima para se fazer uma constituinte exclusiva para aprovar as reformas política e tributária. ;Tanto a revisão constitucional como a constituinte exclusiva agora são muito difíceis. É absolutamente inviável. Não vejo razão para distinguir um congresso que faça as reformas e um congresso que faça a revisão constitucional;, completou.
Já Indio da Costa afirmou ser favorável a uma constituinte que seja restrita a temas pontuais, como a reforma política. ;Eu sou a favor de poder modernizar a constituição federal, desde que se limite. Senão, é melhor eleger uma nova constituinte;, disse. O vice candidato de Marina, Guilherme Leal, disse que há reformas que dificilmente serão realizadas se não forem feitas através de uma constituinte. " É um caminho possivel mas deve ser olhado com muito cuidado", ponderou Leal.