Ivan Iunes
postado em 25/08/2010 07:00
Com a possibilidade concreta de eleição de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno, o governo federal decidiu aumentar a velocidade dos preparativos para o processo de transição. O Palácio do Planalto quer que todos os dados e estrutura estejam prontos para que os procedimentos para troca de comando na Presidência da República se iniciem já em 4 de outubro, primeiro dia útil depois da votação. À frente do processo estão duas pessoas de confiança da petista, a atual ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, e o secretário executivo Carlos Eduardo Esteves Lima. Por determinação da dupla, os secretários executivos de todos os ministérios devem entregar hoje até o fim do dia os nomes de técnicos responsáveis por subsidiar com números o processo de transição. A intenção é formular ao fim do processo um livro com os dados do governo, além de publicar os documentos em um portal.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em 30 de junho o decreto que estabelece os parâmetros para a transmissão da faixa presidencial. Desde então, assessores da Presidência e da Casa Civil têm mantido encontros regulares. Depois da divulgação dos primeiros levantamentos (1) apontando a vitória de Dilma no primeiro turno, contudo, os secretários executivos foram escalados por cartas, para reuniões emergenciais. As reuniões viraram rotina desde o dia 19. Hoje, o encontro está marcado para o Palácio do Planalto.
A reunião servirá para os últimos ministérios entregarem a relação de técnicos responsáveis pelo levantamento de dados sobre cada pasta. Os sistema de transição pela internet começará a ser alimentado a partir de hoje e, ao fim do processo, os documentos serão reunidos e publicados em um Livro da Transição e no Portal da Transição, que serão disponibilizados para o novo governo. ;Neste momento, o governo está adiantando a consolidação de dados preliminares que serão utilizados para iniciar o processo de transição;, informou a Casa Civil, por nota.
À frente do processo, estão duas pessoas da confiança irrestrita de Dilma. Tanto Erenice quanto Esteves trabalham na Casa Civil desde a época em que a ministra ainda era a titular da pasta. À época, ele ocupava a subchefia adjunta de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais. Erenice era secretária executiva do ministério. Com a saída da petista para concorrer à Presidência, os dois passaram a comandar a pasta.
Até aqui, já foram especulados diversos nomes que devem trabalhar na transição de governo, caso Dilma seja eleita. Os mais cotados são Antônio Palocci, José Eduardo Cardozo e José Eduardo Dutra. Do aliado PMDB, os nomes mais citados são o do vice de Dilma, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (SP), e do senador Edison Lobão.
1 - Primeiro turno
Para vencer as eleições no primeiro turno, um candidato precisa ter a metade dos votos válidos mais um. Nas últimas pesquisas de intenções de voto, divulgadas do dia 16 até ontem, Dilma Rousseff (PT) bateria os adversários sem a necessidade de segundo turno. Pelo Ibope, ela tem 43% dos votos contra 32% de José Serra (PSDB). A diferença sobe para 16% no levantamento feito pelo Vox Populi; 17% no do Datafolha e atinge 17,9% na última pesquisa Sensus, publicada ontem.