Juliana Boechat
postado em 25/08/2010 07:00
A primeira rodada de debates com os candidatos ao Buriti, promovida pela seccional no Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na manhã de ontem, foi marcada por estilos diferentes. Da tribuna, Eduardo Brandão (PV) aproveitou os primeiros 30 minutos para expor as propostas nas áreas de saúde, educação, transporte e segurança. Ele se apresentou como a alternativa política nestas eleições e assinou o termo de compromisso para combater a violência contra crianças e mulheres, caso seja eleito em outubro deste ano. Sentado à mesa, Joaquim Roriz (PSC) utilizou o mesmo tempo para reafirmar sua candidatura e demonstrar a confiança de levar o pleito em primeiro turno. Também voltou a falar sobre a sua proposta de ampliar o território do DF.Ao responder às perguntas enviadas por representantes da sociedade, o ex-governador disse que não pode se comprometer com questões que ainda não sabe se conseguirá cumprir quando estiver à frente do Executivo. Sob o mesmo argumento, ele rejeitou assinar o documento contra a violência. Após o procurador-regional do Distrito Federal Guilherme Schelb ler o termo em voz alta para os presentes, Roriz recuou. O presidente da OAB local, Francisco Caputo, disse que a assinatura do documento é importante. ;Os índices de violência contra as mulheres e as crianças são altíssimos;, ressaltou.
Brandão considerou sua candidatura como uma alternativa à população do DF. ;Brasília não tem políticas públicas, não tem rumo e planejamento. Precisamos modificar radicalmente a cidade;, criticou. Ele propôs ações na área de transporte, com nova licitação nas linhas de ônibus e a criação de ciclovias em todo o DF. Prometeu também a regularização dos condomínios.
Carreira
Já o ex-governador dedicou grande parte do tempo para contar um breve histórico da sua carreira política. ;Renunciei à vaga no Senado por livre e espontânea vontade. Não é qualquer um que faz isso. Abri mão de carros, 30 secretários e passagens de avião de graça pro Brasil todo.; Ele garantiu que, caso seja eleito, governará para os pobres. ;É impossível impedir o crescimento de Brasília. Por isso, quero a ampliação do quadrilátero do DF. E quero dar condições à população, para que cada um construa sua casa e tenha oportunidade;, disse, ao falar sobre habitação, principal mote de sua campanha.
Roriz ainda defendeu a criação do trem de alta velocidade e a Cidade Subterrânea, com estacionamentos embaixo do solo da Esplanada dos Ministérios para desafogar o trânsito no coração da capital. À noite, o ex-governador inaugurou um comitê no Setor Sul do Gama e voltou a pedir votos para o candidato ao Senado Alberto Fraga (DEM), além de Maria de Lourdes Abadia (PSDB). Toninho do PSol, que ontem visitou o Hospital Regional de Ceilândia, participa hoje com Agnelo Queiroz do debate na OAB.
Nesta terça-feira, Agnelo abriu o ciclo de debates promovido pela Federação das Indústrias do DF (Fibra). Em 45 minutos, o petista apresentou as propostas para o desenvolvimento do setor produtivo local. O projeto do PT e a carta da indústria entregue ao candidato pelo presidente da Fibra, Antônio Rocha, que também será dada aos outros concorrentes ao Buriti, têm muitas similaridades. A desburocratização na abertura de empresas, a construção de parques tecnológicos, de um ramal ferroviário, um aeroporto de cargas, entre outras obras, constam nos dois documentos. ;Sempre acompanhei o trabalho da Fibra. Não sou economista, mas sei do potencial de Brasília;, disse Agnelo. Ele foi além: ;Quero transformar Brasília na capital da América Latina;, afirmou.