postado em 31/08/2010 16:54
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse que pretende discutir com as centrais sindicais o valor do salário mínimo para 2011, caso seja eleita. O valor de R$ 538,15, encaminhado pelo governo, nesta terça-feira (31) ao Congresso Nacional, de acordo com Dilma, é apenas uma ;referência;. ;Acho que eles [o governo] deram uma proposta de referência. Agora, nós vamos ter de sentar e fazer o mesmo processo que o governo Lula fez com as centrais. Caso seja eleita, eu farei isso, ou seja, vou discutir com as centrais uma proposta de longo prazo, que a gente considera no período do governo, de 2011 a 2014, para um critério de reajuste;, afirmou.
[SAIBAMAIS]Dilma ainda defendeu que a base para a negociação com as centrais é o critério de formação do valor do mínimo praticado hoje, que considera a inflação do ano anterior mais o percentual do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois últimos anos.
A candidata disse ainda que pretende dar continuidade à política de valorização do salário mínimo a longo prazo, iniciada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma, no entanto, evitou falar em valores, considerando que seria ;leviandade; projetar o salário até 2014.
O governo propôs por meio de um projeto de lei uma política de valorização, contudo, a proposta nunca foi apreciada pelo Congresso. Diante do impasse, a solução encontrada pelo governo foi a edição de medidas provisórias para estabelecer o valor do salário mínimo a cada ano.
Elaboração de proposta
A candidata petista negou que teria recebido do governo proposta para uma reforma na Previdência. ;Se existe essa proposta, não chegou até mim;, disse. Mas se posicionou contrária a uma reforma e defendeu ajustes pontuais.
Dilma considerou que o déficit previdenciário não representa um fator tão grave hoje no Brasil e justificou que a parte paga aos aposentados rurais, por exemplo, deve ser considerada ;mais uma política social do governo;. ;É como o Bolsa Família;, comparou a candidata. ;Não acho que a questão do déficit da Previdência seja tão séria;, completou.
Dilma Rousseff considerou ;estranhíssimos; os boatos de que pretende promover um ajustes fiscal nas contas do governo, caso seja eleita. ;Sou a favor de uma política de crescimento para o Brasil. Com o ajuste fiscal você desmonta o Estado executor e fortalece o Estado fiscalizador;. Segundo Dilma, pensar em ajuste fiscal é pensar com a cabeça no Brasil antes do governo do presidente Lula. ;É pensar como se o Brasil fosse o mesmo de 2002. E aí, eu sinto muito, mas o Brasil de 2002 não existe mais, acabou;, disse a candidata.
Ao detalhar as mudanças ocorridas no Brasil, Dilma ressaltou os avanços na área econômica. ;O Brasil nunca cresceu 7% desde 1986. Olhar o Brasil daqui para a frente e achar que é menos que nós fizemos está errado. O Brasil daqui para a frente é mais do que nós fizemos. Daqui para a frente temos mais oportunidades, e não menos. Nosso horizonte abriu. Não somos aquele país de 2002, por isso acho estranhíssimas as propostas de ajuste fiscal;, afirmou.
Dilma ainda assegurou que nenhuma proposta de ajuste fiscal foi defendida junto a ela por um dos seus coordenadores de campanha, o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci. ;É melhor perguntar para ele o que ele pensa, mas comigo ele nunca falou em ajuste fiscal. Eu acho que a gente pensa da mesma forma;, disse a candidata.
Pela manhã, Dilma se reuniu com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, com quem discutiu propostas na área de formação profissional, educação voltada para o ensino profissionalizante, expansão de escolas técnicas e a criação de um selo para identificar empresas que investem em inovação tecnológica.