Eleicoes2010

Candidatos ao GDF prestam contas dos quanto foi arrecadado e gasto

Agnelo lidera em despesas

postado em 04/09/2010 08:01
A corrida eleitoral ao Palácio do Buriti tem movimentado cifras milionárias. No fim do segundo mês de campanha oficial, os candidatos a governador do Distrito Federal já gastaram mais de R$ 3 milhões. Ontem, os postulantes ao cargo mais importante do Executivo local protocolaram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a segunda prestação parcial das contas de campanha. O petista Agnelo Queiroz (PT), líder nas pesquisas de opinião, é também o primeiro em despesas. Até agora, o petista desembolsou R$ 1.821.126. O total arrecado declarado foi de R$ 1.962.500.

Joaquim Roriz aparece logo atrás. O candidato do PSC empenhou R$ 1,123 milhão para promover comícios, produzir material e pagar funcionários, entre outros. A receita da campanha do ex-governador é de R$ 1.149.700. Na quinta-feira, o Correio publicou reportagem mostrando uma diferença de seis pontos percentuais a favor de Agnelo. Para tentar virar o jogo, a campanha de Roriz deve ganhar força nos próximos dias. ;Vamos intensificar. O objetivo é arrecadar mais e fazer uma campanha cada vez mais forte e encorpada;, resumiu o coordenador de campanha de Roriz, Paulo Fona.

Conhecimento
Na primeira declaração feita ao TSE, feita no início de agosto, o balanço financeiro da Coligação Esperança Renovada, encabeçada por Roriz, mostrou gastos de R$ 635.807, contra R$ 145.149 de Agnelo, que comanda a Coligação Um Novo Caminho. Agora, os números revelam que o petista investiu quase R$ 700 mil a mais que seu principal adversário. Para a coordenação de comunicação de Agnelo, é natural que as pessoas se sintam mais seguras a fazer doações ao longo da corrida eleitoral, pois elas vão conhecendo melhor o perfil de cada político.

O candidato do Partido Verde (PV) ao GDF, Eduardo Brandão, aparece em terceiro colocado entre os que mais gastaram na campanha, mas ainda está muito distante de Agnelo e Roriz. Para manter uma estrutura razoável nas ruas, Brandão investiu R$ 75,4 mil, num total arrecado de R$ 184 mil. Toninho do PSol aplicou R$ 31,5 mil dos R$ 22,5 mil arrecadados durante a campanha. A despesa maior do que a receita é fruto de financiamentos, segundo o tesoureiro Carlos Mauro Valente. ;Algumas despesas que lançamos são parceladas, mas nós declaramos o valor total ao TSE. Nossa campanha é feita a pé, de porta em porta, não temos dinheiro para usar um helicóptero, como o Roriz;, ironizou Valente.

Amizade
A declaração mais curiosa ficou a cargo do candidato Frank Svensson, do PCB, que alegou à Justiça Eleitoral não ter gasto nenhum centavo até o momento. ;O pouco material que temos foi encaminhado do comitê central. Não temos a máquina nas mãos, mas temos uma militância forte e unida, que pode fazer a diferença;, ressaltou um dos apoiadores de Frank, que preferiu não se identificar. Mas o comunista aparece no horário eleitoral gratuito, o que significa que houve gastos para produzir os programas. ;É tudo na base da amizade. Um militante leva a câmera, o outro cede o estúdio, um terceiro edita. Não desembolsamos nada;, garante o cabo eleitoral.

As coordenações de campanha de Ricardo Machado (PCO) e de Newton Lins (PSL) foram procuradas pelo Correio, mas não informaram o montante empregado até agora na corrida ao Palácio do Buriti. O artigo 48 da Resolução TSE n; 23.217/10 prevê o encaminhamento dos relatórios parciais à Justiça Eleitoral, nos períodos de 28 de julho a 3 de agosto e 28 de agosto a 3 de setembro. Nessas duas primeiras fases, os aspirantes à cadeira de governador não precisam discriminar quem são os doadores (1). Porém na última declaração, prevista para 2 de novembro, a origem de todos os recursos deve ser detalhada. Se a auditoria nas contas identificar fraudes, o candidato poderá ser punido.

1 - Origem
Os recursos destinados à campanha eleitoral podem vir do próprio candidato, de doações de pessoas físicas ou jurídicas e até de partidos políticos. As doações poderão ser feitas em conta bancária específica por meio de cheques cruzados e nominais, de transferência eletrônica e de depósitos, com emissão do recibo de doação. É proibido receber doações de órgãos da administração pública, sindicatos, entidades beneficentes e religiosas, ONGs que recebem recursos públicos, entre outras formas condenadas pela Justiça Eleitoral.

Propaganda recolhida
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) apreendeu, somente ontem, 1.310 peças de propaganda política ilegal. A meta foi desobstruir áreas públicas e outros pontos onde é proibido afixar propaganda. Acompanhados de funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem, do Serviço de Limpeza Urbana e da Secretaria de Ordem Pública e Social do GDF, os fiscais do TRE-DF recolheram material de campanha no Eixão Sul, no Gama, em Santa Maria, no Recanto das Emas, na Fercal, em Sobradinho, em Planaltina, em Taguatinga, na Estrutural, em Ceilândia, em Samambaia, em Brazlândia, na Ponte JK e em São Sebastião.

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