postado em 05/09/2010 08:25
Diego Amorim Os dois principais candidatos na corrida ao Palácio do Buriti aproveitaram o sábado para buscar votos entre os religiosos. Ao longo do dia, o petista Agnelo Queiroz circulou entre evangélicos e católicos. Acompanhado pelo concorrente ao cargo de vice-governador, Tadeu Filipelli (PMDB), e pelo postulante ao Senado Rodrigo Rollemberg (PSB), participou de um culto em uma igreja da Assembleia de Deus, em Taguatinga Sul. ;Queremos levar o governo a quem mais precisa de governo. Muitos dos problemas se originam nas famílias. A Igreja pode chegar a essas famílias, mas o governo não tem essa estrutura;, discursou, diante da igreja lotada de pastores.
À tarde, Agnelo assistiu à parte de uma palestra sobre o processo eleitoral, organizado pela Arquidiocese de Brasília, acompanhado de Filippelli e do concorrente ao Senado Cristovam Buarque (PDT). Entre os dois compromissos religiosos, o candidato ainda se dedicou a um corpo a corpo na quadra Central de Sobradinho I. No fim da manhã, ele percorreu lojas e conversou com vendedores ambulantes que atuam na região. Durante o corpo a corpo, o petista atacou seu principal adversário, Joaquim Roriz (PSC). ;Ele é o mentor da nossa tragédia, institucionalizou a corrupção no Distrito Federal. Sua estratégia é tentar puxar o adversário para o terreno dele: a lama;, criticou.
Assim como seu rival, Roriz também buscou votos entre religiosos. Ontem pela manhã, reuniu-se com evangélicos em Ceilândia, o maior colégio eleitoral do DF, onde foi recebido por um pastor da Igreja Pentecostal Evangélio da Salvação e cerca de 40 fiéis. Às 11h, seguiu para a Igreja Presbiteriana Renovada do Cruzeiro Novo. A aposta foi fixar sua imagem entre mais de 100 líderes religiosos que estavam reunidos na comemoração dos 40 anos do Conselho dos Pastores Evangélicos do DF.
Roriz reclamou das críticas que vem recebendo e se disse injustiçado e perseguido. Ele insistiu em salientar que faz parte da corrente do bem, enquanto os adversários, chamados por ele de ;encardidos;, seriam da corrente do mal. ;Os encardidos dizem que não sou candidato, mas sou sim;, afirmou. O ex-governador disse ainda estar confiante em uma decisão favorável a ele no Supremo Tribunal Federal (STF).
PSol e PV
Enquanto Agnelo e Roriz buscaram os votos da igreja, Toninho do PSol e Eduardo Brandão (PV) fizeram corpo a corpo durante todo o dia. Toninho caminhou pelas ruas de Brazlândia ao lado da mulher e candidata a distrital, Maninha, e dos postulantes do partido a uma vaga no Senado, o maestro Jorge Antunes e o jornalista Chico Sant;Anna. Na hora do almoço, reuniu-se com amigos e familiares em um almoço no Park Way. ;É um encontro familiar, mas em ritmo de mobilização;, explicou o candidato, antes de comentar as recentes pesquisas que o colocam fora da disputa em um eventual segundo turno. ;Se eu fosse me guiar por pesquisa, nem concorreria. Não é por aí;, disse.
Eduardo Brandão, do PV, dedicou a manhã à produção dos programas eleitorais. As gravações avançaram o horário do almoço e atrasaram o início de uma carreata marcada para as 15h, no Riacho Fundo. O comboio com cerca de 50 carros deixou o estacionamento da feira da cidade uma hora e meia depois do previsto. Militantes do Partido Verde percorreram as ruas pedindo votos para Brandão e Marina Silva, a aposta da legenda para a Presidência da República. Brandão aproveitou para alfinetar Joaquim Roriz. ;A situação está confusa. Enquanto não definirem quem são, de fato, os candidatos, não conseguiremos discutir propostas e projetos.;
SUSPENSÃO NA TV
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determinou que trechos de quatro propagandas eleitorais sejam suspensos. Duas representações são favoráveis à coligação de Joaquim Roriz (PSC) e duas beneficiam a campanha de Agnelo Queiroz (PT). O petista está proibido de aparecer no horário destinado aos candidatos proporcionais da coligação e de usar em seu programa os termos ;o tal ficha suja; e ;ficha suja não;, referindo-se a Joaquim Roriz. Já o candidato do PSC não poderá exibir em sua propaganda na TV reportagens das revistas Época e Veja sobre supostos desvios de recursos no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, pasta que foi chefiada por Agnelo durante o governo Lula.