postado em 05/09/2010 08:39
A diferença de seis pontos percentuais entre Agnelo Queiroz (PT) e Joaquim Roriz (PSC) reflete a atual tendência de votos dos eleitores brasilienses, mas ela pode e deve mudar até o dia da eleição. O Instituto CB Data ouviu 1,1 mil pessoas entre 29 e 31 de agosto e identificou o grau de conhecimento e o índice de rejeição dos candidatos. Os dados ajudam a definir o potencial de crescimento de cada um. De acordo com o coordenador da pesquisa, o cientista político Adriano Cerqueira, como o petista é ao mesmo tempo mais desconhecido e tem a menor rejeição em relação ao ex-governador, ele ;tem mais espaço para crescer; na corrida ao Palácio do Buriti.Na pesquisa, Roriz aparece com 34% das intenções de voto, contra 40% de Agnelo. Em uma das questões, foi medido o grau de conhecimento dos candidatos. Nesse ponto, o ex-governador é disparado o mais lembrado. Disseram conhecer bem Roriz 60% dos entrevistados, enquanto 32% responderam o mesmo sobre o petista. Outros 34% conhecem mais ou menos ou só de nome o ex-governador. Nesse quesito, Agnelo tem 62%. ;Quanto menos conhecido dos eleitores, mais chance o candidato tem de crescer no decorrer da campanha;, explica.
O entrevistado que afirmou conhecer cada postulante teve de dizer se o indicado era sua única opção de voto; se poderia escolhê-lo, mas também algum outro nome; ou se não votaria naquele candidato de jeito nenhum. O primeiro quesito mostra o grau de fidelidade do eleitor. Roriz e Agnelo empataram em 31%. Para o coordenador da pesquisa, esse é o patamar mínimo de cada um. ;A tendência é de que nenhum dos dois tenha menos votos do que esse percentual de intenção registrado na pesquisa;, afirma. Outros 22% dos entrevistados que disseram conhecer Roriz revelaram que podem votar no ex-governador ou em outro candidato. O mesmo ocorre entre 30% dos que declararam conhecer Agnelo.
Adriano Cerqueira explica que o principal aspecto dessa consulta é detectar o grau de rejeição de cada um para poder avaliar o potencial de votos dos candidatos. Roriz foi desconsiderado como opção de voto por 38% dos eleitores que disseram o conhecer bem. Agnelo teve 18% de rejeição.
Ao cruzar esses dois levantamentos, o pesquisador consegue traçar o quanto cada candidato pode crescer na campanha. Para uma precisão maior, é observado o percentual de eleitores que conhecem bem um nome e não votariam nele de jeito algum. ;Quando uma pessoa ultrapassa a casa dos 40% nesse quesito, ela praticamente inviabiliza uma candidatura majoritária;, afirma Cerqueira. Quem está próximo desse índice é o ex-governador Roriz, que amarga 38% de rejeição. Ou seja, praticamente quatro em cada 10 eleitores que o conhecem bem dizem não votar nele. ;Roriz está em um nível perigoso, mas ainda tem competitividade;, diz Cerqueira.
Por sua vez, o petista é rejeitado por 18% dos pesquisados que afirmam conhecê-lo bem. ;A pesquisa explora como está sendo o processo de decisão do eleitor. Não havendo alterações no quadro e se mantendo esses índices, Agnelo mostra ter um teto de crescimento maior que Roriz;, explica. Segundo ele, apesar de ser uma eleição polarizada, cada candidato pode avançar sobre o eleitorado do adversário. ;Sempre existe uma fatia da população que muda de lado sem pesar a consciência.;
Indecisos
Os indecisos ainda são muitos. Entre as pessoas abordadas pela pesquisa, 14% disseram não ter escolhido seu candidato ou pretendem votar em branco. Outros 8% manifestaram a intenção de anular o voto. ;Esses indecisos podem convergir para um dos candidatos;, pondera Adriano Cerqueira. Nas eleições de 2006 para o GDF, a soma do percentual de brancos e nulos foi de 7,61%. Outros 13,88% não compareceram às urnas. A pesquisa do CB Data mostra ainda que Toninho do PSol tem 2% das intenções de votos e Eduardo Brandão (PV), 1%. Newton Lins (PSL), Ricardo Machado (PCO), Rodrigo Dantas (PSTU) e Frank Svensson (PCB) não atingiram 1%. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais e para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) com a inscrição 28640/2010 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 27326/2010.