Eleicoes2010

Serra intensifica bombardeio contra Dilma e a acusa de ser fantoche de Lula

Ivan Iunes
postado em 10/09/2010 07:40
O presidenciável tucano, José Serra, usou o programa de televisão que foi ao ar ontem para fazer o mais forte ataque à sua principal adversária, a petista Dilma Rousseff (PT), desde o início da corrida eleitoral. Acusou-a de se esconder atrás de ministros e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de não ter personalidade própria e de inventar uma biografia de realizações.

O argumento de Serra foi o episódio da violação do sigilo fiscal de tucanos, de sua filha Verônica e de seu genro, mas o candidato do PSDB também foi motivado a usar o horário eleitoral para responder ao ataque de Lula. Na inserção televisiva de terça-feira, o presidente da República acusou ;a turma do contra; de partir para a baixaria e cometer um crime contra o Brasil e as mulheres.

Serra cobrou explicações de Dilma e acusou o governo de usar de deboche para tratar do caso. ;Os suspeitos são ligados ao PT. E diante de tudo isso, até agora, a campanha e o governo do PT debocham das vítimas e até insinuam que elas são culpadas. E a pessoa que deve explicações ao Brasil se esconde atrás de ministros e até do presidente da República;, afirmou Serra.

Serra faz campanha no Mercado Municipal de São José do Rio Preto em São Paulo: bico afiado contra rivalO presidenciável tucano ainda disparou: ;Eu não cheguei na vida pública agora. Nem foi um padrinho que me trouxe. Por isso eu não preciso ficar na sombra de ninguém, nem que inventem coisas que eu não fiz;. Serra utilizou dois minutos e 27 segundos para passar o recado, praticamente o mesmo tempo empregado por Lula no programa de terça-feira e repetido na tarde de ontem para defender sua pupila.

José Serra aproveitou ainda os ataques para criticar a postura do governo federal de aproximação a países que violam os direitos humanos. O tucano citou indiretamente o Irã, que se vê às voltas com o caso de Sakineh Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento pelo crime de adultério supostamente cometido quando já era viúva. ;O meu governo não vai ficar de amores com países que não respeitam a liberdade, a democracia, os direitos das mulheres e os direitos humanos, nem com os que fazem corpo mole com o contrabando de drogas e de crack. O meu governo não vai ser cabide de emprego para os amigos do partido. No meu governo, o Brasil não vai ter dono;, alfinetou.

No rádio, Serra abordou as alianças de Dilma formadas com Renan Calheiros (PMDB-AL), José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL). No programa, ainda acusou a petista de tentar se apropriar de obras de urbanização tocadas pelos governos estadual e municipal de São Paulo. Serra também estreou um jingle que volta a relacionar Dilma ao ex-deputado federal cassado José Dirceu (PT-SP). ;Toc, toc, toc, bate na madeira, Dilma e Zé Dirceu, nem de brincadeira;, diz a música.

Baixo nível
O principal contraponto à acidez do programa tucano dessa quinta-feira foi feito pela candidata verde Marina Silva. A senadora acriana acusou os adversários de armarem um ;ringue; e baixarem o nível da campanha. ;Pior é que são iguais. Defendem um tipo de desenvolvimento sem preocupações com a sustentabilidade e o seu futuro;, afirmou Marina.

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