postado em 13/09/2010 19:03
Joinville ; Faltando três semanas para as eleições, o resultado das eleições em Santa Catarina ainda é incerto Santa Catarina. A expectativa é que a eleição só se definirá no segundo turno, fase em que deve a disputa deve esquentar, segundo analistas. No segundo turno, a tendência de que as duas candidatas ; Ângela Amin (PP, PDT, PT do B) e Ideli Salvatti (PT, PR, PSB, PC do B, PRB, PHS, PSDC e PRTB) - se unam para derrotar o candidato apontado como favorito nas pesquisas, Raimundo Colombo (DEM - PMDB - PSDB - PPS -PTB - PSL - PSC - PTC - PRP).Colombo tem o apoio do ex-governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), candidato ao Senado. De acordo com a última pesquisa do instituto Ibope, divulgada na semana passada, Colombo lidera a disputa pelo governo com 34% das intenções de voto. Ângela Amin está em segundo com 27% e Ideli em terceiro com 15%. Os percentuais referem-se à consulta estimulada, aquela em que as opções são apresentadas ao entrevistado. Na pesquisa espontânea, quando o entrevistado é perguntado sobre em quem votaria, Colombo apareceu com 24% das intenções de voto, Ângela com 19% e Ideli com 11%.
Para o sociólogo Remy José Fontana, professor aposentado da Universidade Federal do Santa Catarina (UFSC) e estudioso do processo político no estado, apesar da liderança do candidato governista, as três candidaturas têm chances reais de vitória.
;O que parece certo é a realização do segundo turno quando, muito provavelmente, uma candidata da oposição terá o apoio da outra no confronto com Colombo, que está atrelado à candidatura presidencial declinante de Serra. Não está assim totalmente descartada, ainda que improvável, as duas candidatas de oposição irem ao segundo turno;, ressalta o sociólogo que também não vê diferenças ideológicas nos discursos dos três candidatos.
;Há uma diversidade de estilos, mas insuficiente, por ora, para despertar temor ou entusiasmo. Não há paixões, porém, nem apatia, o que configura um quadro de morna normalidade, que deve aumentar de temperatura num quase certo segundo turno, ressalta Fontana.
Luiz Henrique utilizou a estratégia de invalidar no estado a aliança entre o PT e o PMDB, o que tem tornado o quadro político ainda mais confuso. ;Embora forte, a coligação que sustenta Colombo foi gestada à forceps, em manobras urdidas à última hora especialmente por Luiz Henrique;, disse o sociólogo.
Dessa manobra, surgiram dissidências do próprio PMDB, partido que alimentava a intenção de lançar a candidatura de Eduardo Pinho Moreira, então presidente da legenda em Santa Catarina. ;Este episódio foi muito mal absorvido pelo PMDB, que abria mão de uma candidatura própria tida até então como irreversível;, lembra Fontana. ;Há lideranças dentro do PMDB com Serra e outras com Dilma;, destaca.
Nesse contexto, mais do que a capital Florianópolis, o município de Joinville se tornou estratégico na disputa estadual e também alvo das principais candidaturas presidenciais. Maior colégio eleitoral do estado, com 350 mil eleitores, a cidade que fica a 190 quilômetros da capital é administrada por um petista, Carlito Mers, que, na opinião de Fontana, não conseguiu transferir votos suficientes para alavancar a candidatura de Ideli na cidade.
Além disso, Joinville é berço político do ex-governador Luiz Henrique, que foi prefeito da cidade por dois mandatos e mantém laços com os empresários. ;Embora tenha perdido a eleição para prefeito, Joinville é base de Luiz Henrique que goza de um antigo prestígio, ainda que desgastado, junto à elite empresarial;, destaca.
Na semana passada, Serra esteve no município ao lado de Colombo e Luiz Henrique. Hoje (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata petista Dilma Rousseff é que estão na cidade para um comício em apoio à Ideli.