postado em 14/09/2010 13:01
Brasília - O candidato à Presidência, Plínio Sampaio (P-SOL), reconheceu hoje (14/9) que a lei não pode impedir a candidatura de políticos com ficha suja. ;É muito difícil evitar isso. Somos advogados, lidamos com a lei, mas a lei tem limites. Não é possível que a lei consiga impedir esse tipo de situação;, disse ao participar de sabatina na Ordem dos Advogados do Brasil.Plínio disse acreditar pouco na lei, quando se trata de política. ;Acredito em consciência, em opinião pública. Todas as outras coisas terão brechas, que serão utilizadas;, disse. ;Os nossos partidos sempre foram condomínios de caciques políticos;, completou dizendo, sem citar nomes, que há ;notórios candidatos corruptos circulando por aí;.
Na sabatina, Plínio defendeu, como forma de evitar a corrupção eleitoral, o financiamento público de campanha ;e a punição para o candidato que não usar esse sistema;. Para implementar o financiamento público, Plínio sugeriu que os recursos de campanha não sejam enviados diretamente ao candidato, mas ao Tribunal Regional Eleitoral, que administraria os recursos. ;Se o assunto ficar entre os políticos, a reforma política não vai sair nunca;, acrescentou.
Na opinião do candidato, os principais problemas do país estão no cerceamento do debate político, no monopólio da mídia, na criminalização dos movimentos sociais e na reforma política.
O candidato ainda lamentou que as denúncias de violação de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB e as acusações de irregularidades envolvendo integrantes da Casa Civil estejam restringindo o debate eleitoral. ;Quando os partidos recorrem ao vale tudo, a ideologia e a ética vão para o buraco. Desvia o debate daquilo que o povo brasileiro quer;, disse ao chegar para sabatina na Ordem dos Advogados do Brasil.
O candidato ainda comemorou a repercussão que sua candidatura tem tido em redes sociais, como o Twitter. ;O Twitter mostra que o impossível é possível. O Twitter pode dar uma virada. E me deixa alegre que a juventude do meu país está entendendo o que estou dizendo;, afirmou.
Nas considerações finais, Plínio se classificou como um "radical". "Quem não for radical em relação ao sistema, não deve mesmo votar em mim. E como eu acho que não há muitos radicais, não vou ter muitos votos", concluiu.
Plínio Sampaio é o segundo candidato à Presidência a participar das sabatinas na OAB. Ontem, foi a vez de José Serra. Ainda hoje, os conselheiros vão ouvir Marina Silva, do PV. A candidata Dilma Rousseff, do PT, não irá participar.