No terceiro bloco do debate dos Diários Associados com os candidatos ao Governo do Distrito Federal, os candidatos fizeram perguntas entre si, depois de sorteio. O primeiro a perguntar foi Joaquim Roriz, do PSC, que pediu esclarecimento a Toninho do PSol sobre as afirmações de que Agnelo Queiroz, do PT, estaria cercado de traidores.
[SAIBAMAIS]"O que tenho afirmado em todos os debates, de forma pública e leal é que apresento ideias divergentes dos demais candidatos. Tenho questionado que o Agnelo fez um aliança que não é da tradição do PT, partido que fui fundador. Hoje, as alianças são sem qualquer critérios com setores do PMDB que tem ficha suja e estão respondendo a inquéritos na polícia", completou Toninho.
Roriz, após a resposta de Toninho, parabenizou o candidato. "Parabéns pela coragem de responder com precisão", disse. "Queria acrescentar que as pessoas que estão hoje com o PT e participaram do meu governo, não eram traidores na época. Essas pessoas tinham minha confiança", disse Roriz, sendo interrompido pelo fim dos 60 segundos para a réplica.
Mas Toninho rebateu dizendo que os aliados do PT agora ainda têm de prestar contas de suas ações no passado, inclusive nos governos de Roriz. Procurando fugir da discussão sobre "quem tem a ficha mais suja", Eduardo Brandão disse que leu em reportagem que Agnelo Queiroz quer revitalizar comércio o W3 e perguntou: "Como você faria isso?"
Agnelo confirmou que pretende revitalizar espaços como a via W3 e o Setor Comercial Sul, de maneira a gerar emprego, renda e crescimento econômico. Para ele, a capital federal "não pode ter um cento com prostituição e crianças funcionando crack", mas sim locais iluminados, que funcionem à noite com segurança. Para isso, propõe a criação de estacionamentos subterrâneos e a implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na via W3.
Em réplica, o candidato do PV criticou a fala de Agnelo, dizendo que ele dá respostas "sempre muito genéricas" e colocou o VLT como solução para o problema. "Só tem um jeito de resolver a questão do comércio da W3. É tirar os ônibus de lá. O VLT não é só um trenzinho, é uma solução urbanísca. É um tem silencioso e de energia limpa", defendeu.
Na tréplica, Agnelo voltou a defendeu o VLT como alternativa para garantir um transporte rápido e de boa qualidade na W3. Disse ainda que é preciso revitalizar todas as áreas da cidade, para que a capital seja "acessível, bonita e agradável".
Toninho pergunta para Roriz
O candidato Toninho do Psol questionou Roriz sobre a preocupação com o meio ambiente. "Brasília guarda algumas áreas que são verdadeiros santuários. Uma delas é o catetinho. O senhor quer transformá-la em uma cidade para 100 mil habitantes. Por que o senhor defende propostas tão agressivas à natureza", perguntou Toninho, afirmando que Roriz não se preocupa com o meio amnbiente. Toninho terminou se tempo, falando ao candidato petista. "Quero dizer ao Agnelo que ele quem esteve conversando com Roriz em sua casa. Nunca estiva na casa de Roriz".
Roriz desmentiu a intenção de construir um Setor de Saúde na área. "Eu queria dizer ao Toninho que acho que houve um equívoco e não disse que teriam hospital ou clinicas", declarou. Depois tentou esclarecer: "falei que precisamos fazer a cidade da saúde. Para resolver esse problema é preciso uma cidade e não hospital ou clínica, mas não é necessário que isso seja feito lá", emendou.
Durante a réplica, Toninho afirmou que em seu governo, o Catetinho será preservado. "O Psol defende a criação, na área do Catetinho, de um parque que preserve as nascentes e que a população tenha mais uma opção de lazer. E, principalmente a preservação do meio ambiente", disse Toninho. Roriz cumprimentou o adversário pela ideia, reconhecendo o tema como relevante.
Agnelo Queiroz pergunta a Brandão
Após direito de resposta, o candidato Agnelo Queiroz perguntou a duardo Brandão quais seriam suas propostas para a saúde pública, que segundo o petista, é a principal queixa da população brasiliense.
Para Eduardo Brandão (PV), a questão da saúde pública no DF é quase um caso de polícia. Ele prometeu uma gestão que reformularia completamente a pasta. Entre as propostas do candidato estão a informatização do atendimento, por meio de um cartão de saúde com um chip contendo todo o prontuário do paciente, e a intensificação da saúde preventiva, diminuindo a ida ao hospital. "O que existe hoje é que nós não temos política de saúde. Temo pacientes morrendo dentro dos hospitais, apesar de R$ 4 bilhões para investir. É uma vergonha", criticou.
Na réplica, Agnelo afirmou que a saúde pública está "no fundo do poço", após doze anos de descaso. O candidato disse considerar a saúde um tema prioritário, e propôs a criação de unidades de pronto-atendimento (UPAs), assistência domiciliar e laboratórios nas cidades-satélite. O candidato classificou a atual gestão de saúde como "primária, irresponsável e perdulária".
Na tréplica, Brandão disse a Agnelo que espera, caso o petista saia vencedor nas eleições, a não utilização de experiências passadas. "Espero também que não coloque na saúde grupos que já estiveram lá, que são responsáveis pelo caos que está hoje, grupos que fazem parte da sua coligação", aconselhou.
Direitos de resposta
Agnelo fala sobre a formação sua aliança
"Quero dizer que a minha aliança é vitoriosa que deu certo no Brasil e que vai salvar Brasília desse caos e desmoralização. Eu espero que o Toninho, que me conhece muito bem, não sirva como linha auxiliar da direita no DF"
Agnelo fala de ter se encontrado com Roriz
;Eu não tenho dificuldade de dialogar sendo um político da cidade, converso com qualquer político. E isso preserva a minha independência e meu interesse pela cidade.