Eleicoes2010

Em MG, Marina se apresenta como alternativa ao "vale tudo eleitoral"

Alice Maciel
postado em 16/09/2010 09:25
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, pretende ficar fora do tiroteio político entre os dois presidenciáveis que lideram as pesquisas de opinião, a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra. Em encontro com empresários da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte, e em campanha em Ouro Preto, ela apresentou-se, ontem, como alternativa ao ;vale-tudo eleitoral; e pediu mais uma vez que o brasileiro leve a disputa para o segundo turno. Embora tenha evitado críticas diretas, a candidata defendeu a ;neutralidade; das instituições durante o período eleitoral.

Ao comentar o episódio envolvendo a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, que sucedeu Dilma Rousseff na pasta, e uma possível articulação para blindar a adversária do PT de novas acusações, Marina evitou polemizar, mas disse que, em seu governo, as instituições serão neutras. ;Precisamos fazer uma discussão sobre o Brasil que queremos. Um país que assegure direitos, o direito, inclusive, de um funcionamento neutro das instituições durante o período eleitoral;, afirmou.

Ela disse que estão tentando sequestrar o debate pela questão puramente da politização de fatos que são graves e precisam ser investigados, e que o Brasil avançou economicamente e socialmente, mas está atrasado em termos de política. ;Eu acho que tem uma ansiedade tóxica de alguns candidatos para fazer de tudo um meio para ganhar voto.; E acrescentou: ;O refinamento da política pressupõe que alguns queiram debater e não ficar achando que quanto pior melhor, apenas se defendendo ou apenas se acusando. Se ganhar, quero ganhar ganhando. E se perder, quero perder ganhando. Isso significa não entrar nesse vale-tudo como estou vendo essas eleições resvalarem;.

Marina afirmou ainda que, se eleita, vai publicar todos os dados relativos ao governo na internet. ;Temos que ter uma atitude de transparência e nenhum tipo de banalização do dolo e do erro;, disse.


Dutra reage com ironia

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, debochou ontem do papel desempenhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na campanha da oposição. Antes de participar de comício no palanque da presidenciável Dilma Rousseff em Varginha, no Sul de Minas, Dutra disse em entrevista que o tucano está com ;síndrome do abandono;.

Em tom de ironia, Dutra seguiu a entrevista para explicar o que seria a tal doença. E disparou: ;Como não é apresentado, como os aliados têm vergonha de apresentá-lo, vergonha de colocá-lo no programa eleitoral, têm vergonha do governo dele, então é natural uma pessoa que está com síndrome de abandono, quando tem a oportunidade de falar, fala bobagem;, explicou.

Alfinetadas
A alfinetada do dirigente petista foi uma resposta aos ataques de FHC direcionados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem pela manhã, o ex-presidente tucano disse que Lula age como um ;militante e chefe de facção política; durante a campanha eleitoral e pregou que o Supremo Tribunal Federal (STF) atue para impedir supostos excessos do petista. Em entrevista ao portal do PSDB na internet, Fernando Henrique acusou Lula de ;extrapolar; e de ;abuso do poder político;.

Reagindo à declaração do tucano, Dutra disse que Lula é um integrante histórico do PT e que tem direito de fazer campanha para ex-ministra Dilma Rousseff. Sobre o comentário de FHC em relação à fala de Lula sobre o DEM, Dutra foi na linha adotada por Dilma. Segundo ele, Lula quis se referir à atual disputa eleitoral. ;É estranho o DEM ficar ofendido porque, quando o presidente (Lula) fala que é preciso varrer o pé do DEM, é nas urnas. Não é uma atitude golpista. O Lula estava em um comício conclamando o povo às urnas para derrotar o DEM. Foi num comício, pedindo votos, não foi nenhuma manobra política, nenhuma ação clandestina;, retrucou. (EF)

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