Eleicoes2010

Agnelo ganha apoio do ex-ministro do STF, Maurício Corrêa

Corrêa anuncia desfiliação do PSDB e declara voto ao candidato do PT ao Palácio do Buriti

Luiz Calcagno
postado em 18/09/2010 08:32
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Maurício Corrêa anunciou ontem à tarde sua desfiliação do PSDB, principal partido da coligação encabeçada pelo ex-governador Joaquim Roriz (PSC), para apoiar o petista Agnelo Queiroz na reta final na disputa ao Palácio do Buriti. Nos bastidores, Corrêa nunca escondeu o descontentamento da união selada pela cúpula tucana do Distrito Federal com Roriz. O fato da legenda ter preterido um nome próprio para ficar ao lado do ex-governador irritou o ex-ministro, que é defensor da aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa nessas eleições. ;O candidato tem que ter vergonha. O simples fato de ter que ir ao Judiciário para conseguir concorrer, faria eu desistir de ser candidato;, criticou, sem citar o nome de Roriz.

O momento político para anunciar a desfiliação do PSDB ; a duas semanas das eleições e depois da virada de Agnelo nas pesquisas de intenções de voto ; deverá ;engrandecer; a campanha do petista, como ele mesmo analisou ontem. ;Engrandece a campanha e aumenta nossa responsabilidade;, afirmou o político. Isso também reforça o desmantelamento do PSDB local, afundado numa crise que deverá ser potencializada se a principal figura do legenda no DF, a candidata ao Senado Maria de Lourdes Abadia, não conseguir confirmar na Justiça o registro da sua candidatura.

Maurício Côrrea deixou os tucanos e não pretende ter ligações partidárias por enquanto. Personalidade jurídica respeitada na cidade, ele ontem convocou os amigos a se posicionarem no ;lado certo; nessas eleições. ;Gostaria de recomendar aos meus amigos de longa data que a gente não pode ficar neutro, temos que adotar uma postura de um lado, e o lado certo é o de Agnelo, que é um candidato ficha limpa;, declarou. O ex-ministro aproveitou para pedir votos para os candidatos ao Senado da coligação Um novo caminho, Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB).

Duplo almoço
Antes do encontro com o ex-ministro, Agnelo teve dois almoços seguidos. Primeiro, ele marcou presença na churrascaria Espeto de Ouro, no Setor Hoteleiro Norte, onde falou brevemente com empresários do Oeste baiano. A intenção, segundo o candidato, é chamar a atenção de baianos e nordestinos que morem e votem no Distrito Federal.

Em seguida, o político almoçou no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), com empresários da região. No local, os participantes se queixaram de falta de investimento no SIA e pediram mais segurança e revitalização da área. O candidato discursou e disse que a região é um setor economicamente importante para o DF. ;É um lugar com muitas empresas e onde circulam cerca de 300 ml pessoas por dia. Aqui são gerados empregos, impostos e riqueza, e no entanto a situação da segurança no local é dramática. No meu governo vamos tratar o SIA como uma área nobre. O governo tem que fomentar o desenvolvimento, e não apenas ser um obstáculo;, disse.

Nos dois eventos, o candidato afirmou que sua campanha vem sendo realizada é humilde, de corpo a corpo, e falou da importância de vencer as eleições ainda no primeiro turno. À noite, Agnelo fez dois comícios em Ceilândia, um no condomínio Sol Nascente e outro no PSul.

PETISTA NA FRENTE

; Pesquisa Datafolha divulgada ontem revelou que o candidato do PT, Agnelo Queiroz, continua à frente na disputa pelo GDF. O petista manteve 44% da preferência dos votos, mas abriu a vantagem sobre o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), que apareceu com 31%, com queda de 2%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais. Toninho do PSol teve 3% e Eduardo Brandão, 1%. Os demais candidatos não pontuaram. Os votos brancos e nulos somam 5% e indecisos, 15%. Também foi simulado o cenário para um eventual segundo turno, em que Agnelo apareceu com 53% das intenções de votos contra 36% de Joaquim Roriz. Brancos e nulos foram 6% e indecisos, 5%. A pesquisa ouviu 849 eleitores e está registrada no TRE com o número 30.963/2010.

Os votos brancos e nulos não são contados para cálculo do quociente eleitoral e do quociente partidário

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