postado em 21/09/2010 07:56
As 5,9 mil urnas eletrônicas preparadas para as eleições deste ano no Distrito Federal serão lacradas a partir de amanhã. Com isso, nenhum nome, número e nenhuma foto de candidato poderá mais ser substituído. Isso não significa, entretanto, que todos estejam confirmados na disputa eleitoral. Os postulantes impugnados que ainda tentam resgatar a candidatura na Justiça continuam com o futuro incerto. Caso as decisões sejam mantidas, apenas os concorrentes às vagas majoritárias ; de governador e de senador ; poderão ser substituídos. É o caso de Joaquim Roriz (PSC). Ele almeja o quinto mandato no Palácio do Buriti, mas terá o futuro definido apenas amanhã no Supremo Tribunal Federal (STF).Faltarão 11 dias para o primeiro turno e, independentemente do resultado, o ex-governador terá muito trabalho pela frente. Se a candidatura for confirmada, Roriz precisará correr contra o tempo para resgatar o eleitorado perdido devido à instabilidade criada em torno do próprio nome. Líder das pesquisas de intenção de voto no início das campanhas, o ex-governador viu o petista Agnelo Queiroz (PT) ultrapassá-lo a um mês do pleito. Nos programas políticos dos concorrentes, o candidato do PSC foi constantemente chamado de ficha suja e de impugnado. Em contrapartida, Roriz teve de gastar muitos minutos para dizer que continua na briga pelo governo.
A legislação eleitoral permite aos candidatos sub judice ; que foram barrados, mas recorrem das decisões, ; que deem prosseguimento às campanhas, assim como a participação na propaganda política gratuita. Se a eleição ocorrer antes do fim da análise do recurso do ex-governador, ele poderá receber os votos do eleitorado. Mas no caso de a impugnação ser confirmada, todos os sufrágios conquistados serão invalidados. Essa hipótese pode acontecer se um ou mais ministros pedirem vista do processo. De acordo com o regimento interno do STF, o julgamento deve ser retomado na segunda sessão subsequente. Entretanto, a regra nem sempre é seguida.
Três programas
Os ministros participarão de apenas quatro sessões ordinárias até o primeiro turno. Por isso, é esperada agilidade na apreciação do tema. Se perder no Supremo, Roriz terá uma missão ainda mais árdua, a de tentar eleger um substituto. Serão apenas três programas na televisão para conseguir apresentar o novo candidato e para convencer o eleitor a votar nele. Um dos nomes mais lembrados para a sucessão é o do atual vice da chapa, Jofran Frejat (PR). Com o fechamento das urnas, ele concorreria com o nome e o número do ex-governador.
A propaganda eleitoral gratuita para os concorrentes ao GDF é apresentada às segundas, às quartas e às sextas-feiras e será encerrada em 29 de setembro. Roriz tem cinco minutos e 39 segundos por programa, o que lhe dará 16 minutos e 57 segundos para trabalhar o novo cenário. No intervalo até as eleições, haverá apenas um fim de semana para realizar um grande ato político. O tempo é curto, mas deverá explorar ao extremo o carisma do ex-governador perante o eleitorado para levar o nome da coligação ao segundo turno, que ocorrerá em 31 de outubro.
O Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) adiou de hoje para amanhã o início da lacração das urnas que serão usadas no primeiro turno. Segundo o órgão, não há mais possibilidade de alterar os dados dos candidatos. Os equipamentos devem estar prontos até 29 de setembro. O Guará é a zona eleitoral com o maior número de urnas (375) e em segundo lugar está a Asa Norte (367). Ceilândia é o maior colégio eleitoral, com três zonas e 939 urnas.