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Erenice deixa o colegiado da Eletrobras, cuja remuneração é de R$ 5.122

O cargo exige "integridade pessoal" e "ausência de conflitos de interesse"

postado em 22/09/2010 08:00
A ex-ministra Erenice Guerra não ocupa mais o cargo de conselheira da Eletrobras. A estatal informou ontem, por meio de nota, que a antiga responsável pela Casa Civil entregou uma carta pedindo o desligamento da função que ela assumira em março passado. Erenice e o filho Israel Dourado Guerra são suspeitos de tráfico de influência e de montarem um esquema de lobby dentro do ministério. Ainda não há definição dos substitutos de Erenice na Casa Civil ; que está ocupada interinamente por Carlos Eduardo Esteves Lima ; ou no conselho da Eletrobras. Caberá agora ao governo indicar o novo ocupante do cargo. Isso pode acontecer durante a próxima reunião do Conselho Administrativo, marcado para a próxima semana. A União, acionista majoritária da estatal, tem cinco das sete cadeiras do conselho. Entre eles, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Ministério de Minas e Energia e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Ontem, o nome e o currículo de Erenice ainda estavam na página da estatal. Para participar de uma reunião por mês, a ex-chefe da Casa Civil recebia R$ 5.122. O estatuto da Eletrobras exige dos conselheiros, entre outros itens, ;integridade pessoal; e ;ausência de conflitos de interesse;. Oficialmente, Erenice Guerra também integra o Conselho de Administração do BNDES. Porém, a decisão de afastá-la, segundo a assessoria do banco, já foi tomada. O problema é que a formalização depende do ministro de Indústria e Comércio, Miguel Jorge, que está no exterior. Só podem integrar o conselho representantes oficiais do governo, dos trabalhadores, do patronato e da sociedade civil. Como a ex-ministra não faz mais parte do governo, ela não pode mais participar das reuniões. O próximo encontro do BNDES ainda não tem data marcada. Erenice ingressou no conselho em 12 de maio de 2010, logo após a saída da candidata do PT à Presidência da República, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, que ocupava o cargo anteriormente. Erenice já integrou o Conselho Fiscal do banco e também da Petrobras. Depoimentos A Polícia Federal começou ontem a tomar os depoimentos relacionados ao escândalo envolvendo a ex-ministra. O primeiro interrogado foi um repórter da revista Veja, responsável pela publicação das primeiras denúncias envolvendo Erenice Guerra e seu filho. Além de ouvir o jornalista, a PF solicitou documentos e contratos de empresas supostamente ligadas ao caso de tráfico de influência no ministério.

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