Marina Silva, candidata à Presidência pelo PV, definiu bem o evento desta noite em suas considerações finais. Foi mais um debate do que embate como nos últimos encontros dos presidenciáveis. Eles falaram suas propostas para as crianças e adolescentes onde os candidatos citaram os planos de combate às drogas, implantação de mais escolas e creches públicas, reforma tributária e legalização do aborto.
Os embates aconteceram mais nos primeiros blocos, com destaque para o momento onde Plínio de Arruda sampaio (PSol) afirmou que os governos passados ligados a Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) sucatearam a escola pública.
Os candidatos à Presidência da República participaram na noite desta quinta-feira (23) de debate promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Universidade Católica de Brasília (UCB).
Sobre o desempenho dos presidenciáveis pode-se dizer que Dilma foi a que mais fez uso de números e guardou as propostas para si. Na última pergunta voltada para todos os candidatos sobre o papel do estado no enfrentamento da desigualdade social, a petista se ateve a ressaltar sua participação no governo Lula e a falar sobre os programas que garantiram acensão social da população mais pobre. "Fizemos uma das maiores distribuições de renda do mundo e criamos empregos numa proporção para garantir que o país continue crescendo."
Citando parte da pergunta feita, Marina Silva afirmou que o povo será protagonista de seu governo, por isso mesmo não fez alianças partidárias. "O Estado cumpre a função na mobilização e mediação dos interesses da sociedade. Fiz alianças com núcleos vivos da sociedade e meu compromisso é de que o estado não seja só provedor, nem só fiscalizador, mas mobilizador", respondeu.
Na pegunta final, José Serra citou sua proposta de construir a rede de hospitais Zilda Arns especializado em realibitação de pessoas com deficiência e no final, aproveitou o tempo para cravar sua promessa de elevar o salário mínimo para R$ 600 como uma das medidas para combater a desigualdade social.
Plínio Sampaio, ferrenho defensor da igualdade, disse que o responsável pela desigualdade social é o estado e a elite brasileira. "Para combater não basta estimular, mas distribuir a renda com reforma agrária, redução da jornada sem redução do salário, fazendo escolas e hospitais públicos", disse.
Plínio, Serra e Dilma tentaram angariar a confiança e os votos do público católico ao citar o preceito "Amai ao próximo como a ti mesmo" como fundamento de sua política contra a desigualdade como fez Dilma, prestando homenagem a religiosos como Serra fez ou com o testemunho da vida na igreja católica como Plínio. Única de religião protestante, Marina se concentrou em não entrar em conflito, manter o discurso de respeito à vida acima do seguimento religioso e em convocar a população para o segundo turno.
[SAIBAMAIS]