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Roriz diz ter oferecido candidatura a Frejat, que acabou indicando Weslian

postado em 24/09/2010 18:18

Após discorrer sobre os 50 anos de sua trajetória política, em que teve por quatro vezes a chefia do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC) explicou aos jornalistas os motivos da sua saída da disputa pelo Palácio do Buriti ; a oito dias do pleito ; e a escolha da esposa, Weslian Roriz, também filiada ao Partido Social Cristão, para se candidatar em seu lugar. A entrevista coletiva ocorreu na residência do casal, no Park Way, na tarde desta sexta-feira (24/9).

[SAIBAMAIS]Roriz disse ter passado a noite pensando sobre qual seria sua estrátegia, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou, mais uma vez, a decisão sobre a Ficha Limpa e, portanto, se o ex-governador teria ou não a candidatura barrada. Às 6h de hoje, o candidato convocou o vice da sua chapa, Jofran Frejat (PR), para ir à sua casa. Roriz propôs que ele concorresse ao governo e que sua esposa fosse a vice. Frejat considerou que o melhor seria inverter os papeis: ele continuaria como vice e Weslian seria a postulante ao Buriti.

O grupo se reuniu com colaboradores, a coordenação da campanha, advogados e por concesso ficou acertado que Weslian tomaria o lugar de Roriz. A nova candidata falou menos que Roriz aos jornalistas, no entanto, adiantou que o esposo vai colaborar no governo, caso seja eleita. "Ele vai me ajudar sim na administração dessa cidade, até porque, ele tem uma vasta experiência dentro da política", disse. Para Weslian Roriz, "assumir essa posição (candidata ao governo) é como se fosse uma declaração de amor" de Roriz para ela.

Roriz também leu um manifesto divulgado hoje e reafirmou que no governo de Weslian ele será presente. Segundo o ex-governador, a esposa vai representar o nome dele nas urnas. "Agora a cidade inteira ja sabe que ela é candidata a governadora, eu preciso apenas de horas, para fazer a campanha da Weslian decolar", afirmou.

Às 19h, a nova chapa para o GDF da coligação "Esperança Renovada" fará um comício na residência de Roriz, no Park Way. Participam do evento, outros candidatos da coligação, como a postulante à deputada federal Jaqueline Roriz (PMN), ao Senado Maria de Lourdes Abadia (PSDB) e à distrital Benedito Domingos (PP). Ônibus e vans com apoiadores já começaram a chegar no local momentos antes do comício iniciar.

Renúncia

O ex-governador também lembrou a sua renúncia ao cargo de senador, em 2007. Segundo ele, o negócio foi feito com um amigo, que lhe emprestou dinheiro. "A imprensa não estava tão generosa comigo e eu me senti numa situação desconfortável no Senado", disse. Ele preferiu abandonar o cargo, após o Partido Socialismo e Liberdade (PSol) entrar com representação por quebra de decoro parlamentar contra ele. "Hoje eu pago por isso". O fato enquadrou o ex-governador na lei da Ficha Limpa.

Em 14 de junho de 2007, a Polícia Civil deflagrou a Operação Aquarela. Vinte pessoas são presas por suspeita de participação em um esquema de desvio de dinheiro do Banco Regional de Brasília (BRB). Das investigações, vaza a gravação do diálogo do então senador Joaquim Roriz (à época no PMDB) com Tarcísio Franklim de Moura, ex-presidente do banco. Eles tratavam da partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões do empresário Nenê Constantino. Roriz alega ter pedido o dinheiro emprestado para quitar a compra de uma bezerra.

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