Roberta Machado
postado em 27/09/2010 08:21
Mesmo após a oficialização da desistência de Joaquim Roriz (PSC) na corrida pelo Governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) ainda tem de enfrentar a presença constante dos cabos eleitorais do ex-governador nas ruas. Apesar disso, ele evitou tocar nos nomes de Joaquim e Weslian Roriz e pouco falou sobre a desistência do ex-governador na disputa ao Palácio do Buriti. O petista também preferiu não opinar sobre a possibilidade de o partido ajuizar uma ação contra a candidatura da ex-primeira-dama e tampouco comentou o apoio do governador Rogério Rosso à sua nova adversária, oficializado na tarde de ontem.Sobre as constantes mudanças no cenário político local ocorridas às vésperas das eleições, Agnelo disse que ainda considera Joaquim Roriz um rival. ;Ele só saiu, fugiu da Justiça e da urna. O povo é esclarecido e vai perceber isso, não irá aceitar que o DF seja tratado como propriedade de uma família;, alfinetou o petista ao chegar à Feira Permanente de Sobradinho II, na manhã de ontem. No local, bandeiras vermelhas e azuis se misturavam e jingles do Partido dos Trabalhadores disputavam os ouvidos dos eleitores com as músicas em alusão a Roriz.
Conforme o candidato cumprimentava comerciantes e clientes, os nomes Agnelo e Roriz eram ovacionados pelos seus respectivos eleitorados. A certa altura da caminhada, a feira dividiu-se em duas. Eleitores com bandeiras em punho exibiam e beijavam folhetos com a foto de Joaquim Roriz, como se ele ainda estivesse na disputa eleitoral, enquanto outros comemoravam a manobra do ex-governador e deixavam claro que votarão na substituta e esposa, Weslian. ;Vai perder para mulher;, provocou um eleitor do ex-governador.
Acompanhado de Cristovam Buarque e Rodrigo Rollemberg, os dois candidatos da coligação Novo Caminho ao Senado, Agnelo levou cerca de 30 minutos para percorrer os corredores da feira e seguir para o próximo compromisso de campanha. Os carros dos candidatos deixaram o centro comercial, localizado em frente a um comitê de campanha de Roriz, sob aplausos de petistas e vaias de eleitores do ex-candidato do PSC. Sobre a divisão vermelha e azul enfrentada na manhã de domingo, Agnelo disse acreditar que a provocação é natural. ;Não teve divisão nenhuma. São pessoas pagas por ele (Roriz), fazendo vandalismo e tumultuando, e essa não é a primeira vez;, acusou o petista.
Segundo a coordenação da campanha petista, os cavaletes de propaganda do candidato têm sido alvo dos adversários desde que começou o julgamento do recurso da candidatura de Joaquim Roriz no Supremo Tribunal Federal (STF). A destruição das placas foi intensificada no fim de semana. Somente no sábado, o comitê de Agnelo contabilizou mais de 500 peças danificadas. A coligação entrou com uma queixa-crime denunciando o dano ao patrimônio e pedindo investigação do caso.
Políticas públicas
A manhã de campanha terminou na sede do Grupo Cultural Azulim, organização de Sobradinho que oferece aos jovens oficinas de artes como forma de afastá-los da criminalidade. Os responsáveis pelo grupo pediram ao candidato que ele desenvolva medidas de combate às drogas caso seja eleito e ressaltaram o que o Azulim é o único espaço de internação de dependentes químicos da região. O candidato ao governo, acompanhado do vice, Tadeu Filippelli, frisou a necessidade de criar políticas públicas mais atrativas para os jovens e prometeu a construção de creches e a implementação do ensino integral como algumas medidas que podem ajudar a prevenir o uso do crack no DF, que vem crescendo de forma alarmante nos últimos dois anos.
Agnelo pediu o apoio da sociedade e das organizações não governamentais e assegurou que, no seu governo, tratará a dependência de entorpecentes como um caso de saúde pública, e, para tanto, pretende criar instituições de reabilitação. O candidato ainda ressaltou a necessidade de fiscalizar a atuação dos adversários na reta final da campanha e definiu o trabalho da coligação Novo Caminho nos últimos meses como ;da paz;, ;sem atos de desespero;. ;Vamos intensificar esse batalha e trabalhar duro, sem salto alto. A campanha só acaba quando fechar a última urna.; O último fim de semana de campanha antes das eleições terminou com um almoço com as ligas de futebol amador e com as associações de categorias de base de Sobradinho, no centro da cidade.
"O povo é esclarecido e vai perceber isso, não irá aceitar que o DF seja tratado como propriedade de uma família" Agnelo Queiroz (PT)
O número
17.660 - Total de mesários voluntários que vão trabalhar no pleito do DF