postado em 27/09/2010 08:34
A candidata do Partido Verde ao Palácio do Planalto, Marina Silva, saiu ontem em defesa do PT, legenda à qual pertenceu. Segundo ela, a sigla não pode ser alvo das críticas por causa das denúncias contra Erenice Guerra, ex-ministra-chefe da Casa Civil. A candidata fez uma caminhada pela Zona Sul do Rio, onde afirmou ainda, que gostaria de trabalhar com petistas que não tiveram envolvimento em escândalos. Seu adversário, o tucano José Serra, abriu mão do corpo a corpo e chegou à capital fluminense no fim do dia. Serra se recusou a comentar a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que afirmou que Dilma Rousseff seria eleita.;Tem uma parte do PT que nunca participou de mensalão, e que fica constrangida com estes acontecimentos;, disse Marina, ressaltando que a parte à qual se referia era o lado bom do partido. ;A minha fala foi sempre no sentido de salvaguardar aqueles segmentos que não são minoritários, que não se envolveram com o mensalão e que não estão satisfeitos com as alianças incoerentes, e que estão sendo preteridos em relação a elas;, explicou a candidata do PV, observando que outras alas petistas que provocam escândalos são as que não aprendem com os erros. ;É uma parte que fica repetindo os erros, assim como o PSDB, que também repete erros inclusive também com suas alianças incoerentes;, emendou.
Imprensa
José Serra chegou ao Rio no fim do dia e cancelou uma visita a uma livraria, em Ipanema. Na entrevista que concedeu no Aeroporto Internacional Tom Jobim, ele defendeu a liberdade de imprensa, mas não quis comentar as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao Financial Times sobre uma provável eleição de Dilma. ;Não foi assim, não foi isso que ele disse;, afirmou o tucano. Serra também falou sobre a liberdade de imprensa no Brasil. ;Não há país democrático sem imprensa livre e a imprensa no Brasil tem sido assediada;, afirmou o tucano. ;A liberdade de imprensa tem sido atacada e todos nós, não apenas os jornais, todos aqueles que são democratas têm que defender a liberdade de imprensa;, acrescentou.
O tucano voltou a prometer um reajuste de 10% para os aposentados, afirmando que o percentual representa o dobro daquilo que o governo atual vem pagando. Serra lembrou que hoje é o dia do idoso e voltou a falar sobre seu trabalho para a terceira idade, quando foi ministro da Saúde de Fernando Henrique Cardoso.
DEM CONTRA AÇÃO APRESENTADA PELO PT
O Democratas anunciou no começo da noite de ontem que contestará hoje a Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo PT na última sexta-feira. Os petistas questionam os dispositivos que exigem do eleitor um documento com foto, além do título eleitoral. De acordo com texto divulgado pelo site do DEM (www.dem.org.br), o presidente nacional do partido, Rodrigo Maia, avalia ;que a exigência da lei é adequada e necessária porque não há, até o presente momento, outra forma capaz de eliminar a possibilidade de fraude no momento da votação;. De acordo com o comunicado, Maia estranha a iniciativa do PT em apresentar uma ação com ;esse teor a uma semana da eleição, que poderá confundir o eleitor, além de prestar um desserviço ao país;.
Momentos de tensão
O debate entre os quatro principais candidatos à Presidência da República, realizado ontem pela TV Record, teve seus principais momentos de tensão entre os postulantes, logo no primeiro bloco. Plínio de Arruda Sampaio (PSol) e Marina Silva (PV) se enfrentaram por causa de temas polêmicos, enquanto que Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se estranharam quando o assunto foi a politização das agências reguladoras. A candidata também foi mais uma vez questionada sobre o envolvimento de Erenice Guerra ; sua sucessora na Casa Civil ; em irregularidades.
Ao contrário do que se esperava, os primeiros embates não foram entre Serra e Dilma, mas entre Plínio e Marina. Eles discutiram por causa do aborto. O candidato do PSol disse que sua concorrente desvia de temas desta natureza, mas a adversária rebateu que defendia o debate sobre os assuntos. ;Você está fazendo demagogia para ir ao segundo turno;, disse Plínio à oponente. ;Sempre tive a mesma postura, que é manter a coerência;, rebateu Marina.
O embate entre Serra e Dilma ocorreu no fim do primeiro bloco, quando Serra acusou o governo de aparelhar politicamente as agências reguladoras. A candidata petista rebateu afirmando que a atual administração fez concursos públicos, já que encontrou os órgãos sem recursos humanos. Dilma também falou sobre Erenice, repetindo que a Polícia Federal vem realizando uma investigação rigorosa sobre o caso. Enquanto que Serra respondeu sobre a ausência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em sua campanha. (EL).