Eleicoes2010

Em penúltimo debate antes das eleições, candidatos ao GDF repetem temas

postado em 29/09/2010 02:02


A cinco dias das eleições, os principais candidatos ao Governo do Distrito Federal (GDF) voltaram a se encontrar em um debate, desta vez promovido pela TV Globo, na noite desta terça-feira (28/9). Este foi o primeiro embate do qual participou Weslian Roriz (PSC), esposa do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), que desistiu de sua candidatura e a lançou na corrida pelo Palácio do Buriti.

Os demais concorrentes, Agnelo Queiroz (PT), Toninho (PSol) e Eduardo Brandão (PV), também estiveram presentes. Ao longo do embate, os adversários atacaram uns aos outros, com temas recorrentes nos debates passados. Novamente, a questão das alianças feitas pelo Partido dos Trabalhadores voltou a ser um dos pontos mais debatidos. Assim como nos outros encontros, os candidatos pediram votos ao final e ressaltaram, todos, terem compromisso com a ética.

Primeiro bloco

No primeiro bloco, os candidatos fizeram, uns aos outros, perguntas com temas definidos por sorteio. Falando sobre educação, o primeiro a responder foi Agnelo, que ressaltou seu plano de cuidar da questão desde o início. O concorrente afirmou que vai construir escolas, creches, curso técnicos, e foi criticado pelo adversário do Partido Verde, Eduardo Brandão, segundo o qual, não se pode esperar que construções sejam feitas.

Sobre meio ambiente, tema do segundo questionamento, Toninho do PSol destacou que a bagunça no DF é o que prejudica. O candidato se coloca contra invasões ;promovidas por pessoa inescrupulosas;. O concorrente do PSol voltou a criticar as alianças feitas por Agnelo que, segundo os quais, se coligou com pessoas corruptas e envolvidas em escândalos.

A terceira pergunta, dirigida à Weslian Roriz, foi sobre propostas para resolver problemas sobre crescimento populacional. A candidata recordou o governo de seu marido Joaquim Roriz ; que na última sexta-feira desistiu de se lançar candidato, colocando-a em seu lugar. O texto falado pela postulante já havia sido lido pelo marido em outro debate, da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio), realizado em 23 de agosto.

Eduardo Brandão comparou a saúde com a criminalidade por conta das longas esperas. Para ele, a solução seria informatizar o sistema, postos de saúde com funcionamento 24h e a criação das unidades de pronto atendimento em ação. A proposta do concorrente do PV é diminuir o atendimento ambulatorial nos hospitais regionais e implementar, ainda, o programa saúde em casa. Weslian disse, em réplica, que a saúde será prioridade absoluta em seu governo. Brandão rebate dizendo que faltou à saúde uma gestão séria, atacando os governos anteriores de Joaquim Roriz.

Segundo bloco

Neste segundo momento, os candidatos fizeram perguntas entre si, sem temas pré-definidos. Weslian questionou a Toninho do PSol sobre a saída do adversário do Partido dos Trabalhadores ; mesma pergunta feita por Joaquim Roriz ao mesmo candidato, no último debate, na segunda-feira passada (20/9), transmitido pela TV Record. O nanico voltou a ressaltar que a retirada do PT se deu por conta dos escândalos do mensalão. Já a concorrente do PSC destacou a mudança de ideologia do partido adversário.

Em pergunta a Agnelo Queiroz, Toninho voltou às alianças feitas pelo petista, que repetiu a resposta já dada em outros debates sobre a questão. O petista ressaltou que as alianças feitas no DF são ;vitoriosas;, as mesmas feitas pelo partido nacionalmente, para lançar a presidenciável pelo PT, Dilma Roussef. ;Essa coligação tem um compromisso com a ética, com a participação popular. Não queremos mais o Distrito Federal nessa situação;.

Numa questão feita por Agnelo a Weslian Roriz sobre as mudanças no transporte, a candidata devolveu com outra pergunta, dessa vez sobre a opinião do adversário acerca do aborto. Ela se disse cristã e totalmente contra qualquer tentativa de interromper a vida, destacando ainda que, em relação ao transporte, vai fazer o que for preciso, na hora certa, sem maiores esclarecimentos.

Brandão atacou Toninho dizendo que seu concorrente não é servidor do Senado, mas está lotado lá. O nanico do PSol destaca estar afastado do Congresso para disputar o GDF. ;Acho que isso é uma espécie de desespero na reta final e o povo está vendo. Muito feio;.

Terceiro bloco

Mais uma vez, os temas das perguntas foram definidos por sorteios. Primeiro escolhido para prestar esclarecimentos, Agnelo respondeu a Toninho sobre as propostas para habitação destacando a intenção de fazer política habitacional para todas as faixas de renda, prometendo, ainda, rever o PDOT. O petista, falou, também, da regularização de espaços irregulares.

Sobre a situação do Entorno, questionada por Agnelo, Brandão destacou que, em primeiro lugar, precisa-se ter políticas públicas para o DF. O petista se diz a favor da integração do transporte, da saúde pública, habitação com o Entorno. O candidato do PV rebateu criticando, novamente, as alianças feitas pela coligação de Agnelo.

Questionada por Edurado Brandão sobre como vai lidar com a corrupção em seu governo, Weslian disse que não vai tolerar irregularidade. ;Sou uma pessoa muito severa com essas coisas. Tudo o que for de corrupção eu não vou aceitar;.

Quarto bloco

Agnelo perguntou a Weslian o que ela acha da proposta dele sobre segurança pública. Weslian diz querer intensificar a segurança. Agnelo detalha suas propostas para a área, voltando a falar com que chama de ;policiamento inteligente;, com monitoramento por câmeras. A candidata do PSC concorda com a proposta das filmagens, defendendo, ainda, melhoras salariais aos servidores da área.

Sobre a candidatura de Weslian, questionada por ela mesma, Toninho destacou seu apoio a sua esposa, a candidata à deputada distrital pelo PSol Maninha. ;Eu não faço nenhuma crítica ao fato de a senhora estar aqui substituindo o candidato Joaquim Roriz. O problema são as divergências nas ideias;. Em réplica, Weslian diz acreditar que não há impedimento a sua candidatura. ;Sou muito bem quista na cidade em qualquer lugar que vou;. Toninho qualifica o momento como de mudança.

Toninho apelou para a falta de crise de consciência de Eduardo Brandão pelo fato de ele ter participado do governo de José Roberto Arruda ; em novembro do ano passado, a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora que trouxe à tona um suposto esquema de corrupção no alto escalão do GDF. O adversário do Partido Verde fez críticas à atual gestão e destacou que o apoio se deu não por uma questão política, mas ideológica. Brandão responde citando problemas ambientais do Distrito Federal que, segundo ele, precisam ser resolvidos. Na réplica, Toninho do PSOL tratou da questão da ocupação urbana irregular e preservação da área de cerrado.

Brandão voltou ao assunto das alianças de Agnelo Queiroz, que destacou a necessidade de amplas coligações: ;A virtude da nossa coligação é a união;. O petista prometeu não decepcionar o brasiliense, declarando que o apoio da candidata à Presidência, Dilma Roussef, é fundamental. Além disso, se comprometeu, ainda, com o combate à corrupção, com a ética.

Quinto bloco

Ao final do debate, todos os candidatos tiveram três minutos para suas considerações finais. Primeira a se manifestar, Weslian agradeceu a oportunidade de participar do embate ; seu primeiro. Ela pediu votos não só para si mesma, mas para os candidatos ao Senado, à Câmara dos Deputados e ao deputados distritais de sua coligação. Sobre a desistência de Joaquim Roriz de concorrer, o que culminou em sua candidatura, Weslian destacou: ;Sou eu quem vai mandar, mas meu marido, com sua experiência, lógico, vai me ajudar;.

O candidato pelo Partido Verde, Eduardo Brandão, lamentou o fato de, às vésperas das eleições, poucas propostas terem sido debatidas. ;O povo de Brasília passou muito tempo acompanhando os tribunais, para decidir quem é ou não candidato;. Ele citou a seca que castiga Brasília, voltando a falar do meio ambiente, uma das bandeiras de seu partido e, como os concorrente, pediu votos.

Toninho do PSol voltou a atacar Agnelo Queiroz. ;Ele vai perder o desafio;, destacou se referindo aos 11 partidos que se uniram para formar a coligação do adversário petista. O nanico se mostrou certo de que o partido elegerá uma bancada considerável de deputados tanto federais, quanto distritais e ressaltou, ainda, a candidatura de sua esposa Maninha.

Último a falar, Agnelo agradeceu a participação no que, segundo ele, é uma oportunidade para a democracia, em que é possível comparar os projetos apresentados para a melhora do DF. Ele destacou que o momento é de resgate da dignidade, da esperança, de mostrar que o povo do DF não compactua com desonestidade. ;Tenho certeza que vamos mudar essa realidade. Nesses cinco dias, vamos nos manter unidos, a militância que fez campanha da paz, com propostas, que vão mudar Brasília;.

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