Rio de Janeiro ; A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a sorrir. Mais pela decisão do Supremo Tribunal Federal, que derrubou a obrigatoriedade de dois documentos para votar, do que pela pesquisa do Datafolha, que registrou uma distância de quatro pontos percentuais da petista para seus adversários ; o dobro da anterior.Na entrevista que concedeu nesta quinta-feira (30/9) num hotel em Copacabana, horas antes do debate da TV Globo, ela fez um balanço da campanha e não dispensou alfinetadas nos adversários. "Sou outra pessoa. Uma que entrou, outra que saiu, com certeza com mais experiência e uma pessoa muito melhor do que entrei. A primeira vitória é a sua, de crescimento pessoal", afirmou a candidata.
Perguntada sobre a declaração de Marina Silva (PV), a respeito de Dilma ter mudado de posição sobre o aborto, a candidata petista foi direta: "Lamento que ela faça uma avaliação a respeito das minhas convicções", disse Dilma, emendando com o comportamento que adotará, caso seja eleita: "Como presidente, terei que cumprir a lei. Nunca escondi que o tratamento da mulher não é uma questão de política, uma questão pessoal. É uma questão de saúde pública", afirmou a candidata petista.
Dilma criticou a proposta de plebiscito para tratar do aborto, feita por Marina: "Plebiscitos dessa natureza dividem o pais. Não vejo por que. Tem gente que, quando não consegue resolver um problema, joga logo para um plebiscito. O aborto é uma violência contra a mulher e sempre fui contra."
Sobrou também para José Serra, quando a candidata petista se referiu à queda do dólar: "Temos que acompanhar. Essa história de ficar fixando dólar deu no que deu. Aliás, esse pessoal do governo anterior tem muito pouca autoridade para falar em dólar e câmbio".