Eleicoes2010

Candidatos ao Buriti prometem manter a militância ativa nas cidades do DF

Legislação determina o que pode e o que não pode ser feito na corrida por votos

postado em 01/10/2010 08:00
; DIEGO AMORIM
; JULIANA BOECHAT
; LUÍSA MEDEIROS
; NOELLE OLIVEIRA


Nada de debates, propaganda na televisão e no rádio, discursos inflamados do alto de trios elétricos ou comícios. Agora, como prega a legislação eleitoral, os candidatos só poderão pedir votos olho no olho. Até as 22h de amanhã, ainda terão direito de distribuir santinhos e panfletos, além de participar de caminhadas e carreatas. Os quatro principais concorrentes ao Palácio do Buriti pretendem usar todo o tempo permitido para abraçar eleitores, refazer promessas e garantir o máximo possível de apoio nas urnas. Não custa lembrar que, no domingo, qualquer tipo de manifestação que se assemelhe a campanha está proibido.

O petista Agnelo Queiroz, líder nas pesquisas de intenção de votos, avisa que não vai parar quieto nestes dois últimos dias de campanha. Desde o início, ele participa de agendas sempre cheias de compromisso, de segunda a segunda. Após vencer as prévias do partido por um placar apertado, o ex-ministro do Esporte conseguiu reunir 11 legendas em uma ampla coligação e não demorou a pôr os pés nas ruas. Agnelo participou de carreatas, caminhadas, missas, cultos almoços e jantares em todo o DF, para se tornar mais conhecido entre os eleitores.

Na reta final, o petista garante que, respeitando as restrições, não deixará a campanha esfriar. Ao contrário. Hoje caminha pelas avenidas Comercial Norte e Sul, em Taguatinga, pelo Setor Comercial Sul, pela Rodoviária do Plano Piloto e Esplanada dos Ministérios. Amanhã se concentrará em Ceilândia, o maior colégio eleitoral do DF. ;A palavra de ordem é mobilização total. Não vamos descansar um segundo;, diz Agnelo, que convoca a militância para votar cedo no domingo e passar o resto do dia ;fiscalizando e garantindo a lisura do pleito;.

Ritmo
Joaquim Roriz, candidato quando a campanha começou, ao contrário do ex-ministro do Esporte, não teve pressa para ser visto nas ruas. Priorizou reuniões internas, apostando na popularidade obtida em quatro mandatos, três deles por voto direto. Roriz só iniciou o corpo a corpo 11 dias após a legislação permitir. Chegou a alegar, à época, que não queria estragar o clima de Copa do Mundo. Antes de passar o bastão para a mulher, Weslian, usou quase todo o tempo de TV, rádio e os comícios para convencer a população de que era candidato, apesar de estar com o registro impugnado.

O Supremo Tribunal Federal (STF), em um julgamento histórico, nada decidiu. Diante do impasse, Roriz desistiu de concorrer. Com o apoio do marido, Weslian Roriz, no tempo que lhe resta, pretende acelerar o ritmo da campanha iniciada na última sexta-feira. A candidata de última hora deve pedir votos e participar de carreatas na Estrutural, em Samambaia e no Riacho Fundo. Outra estratégia prevista é circular pela Rodoviária do Plano Piloto. Em 8 de setembro, o marido dela esteve no local como candidato. A visita reuniu milhares de militantes e foi considerada um marco da campanha.

Toninho do PSol, empolgado com a melhora no desempenho nas últimas pesquisas, passará hoje e amanhã por importantes colégios eleitorais, como Ceilândia, Taguatinga e Planaltina. Vai continuar investindo no corpo a corpo para tentar cativar os indecisos. O volume de eleitores que ainda não têm candidato ao GDF ou que pretendem votar em branco atingiu 19% no último levantamento do Instituto CB Data, divulgado na semana passada. ;Vamos continuar nas ruas, seguindo o que manda a lei. Onde for permitido, vamos panfletar. Essa é a hora;, diz.

Confiança

O candidato do PSol mais bem colocado nas pesquisas em todo o país também aposta na repercussão positiva que teve nos últimos debates televisivos. ;Ver a opinião das ruas é um motivo a mais para continuar trabalhando;, afirma. A opção por manter a militância viva até o fim é no intuito de levar a decisão do pleito para o segundo turno ; e estar nele, claro. ;Pode dar qualquer coisa nessas eleições. Quem arriscar um resultado pode se dar mal. Estamos confiantes;, comenta.

Como os demais candidatos, o representante do Partido Verde (PV) na disputa, Eduardo Brandão, promete ir ao encontro do eleitorado até amanhã à noite. ;Percebemos ainda uma grande indefinição por parte dos eleitores. Isso é resultado de todo o trauma político pelo qual o brasiliense passou;, avalia. O candidato acredita que estará em um eventual segundo turno. ;Estou me preparando e confiante para isso;, diz. A proibição de falar em carros de som hoje e amanhã não preocupa Brandão nem Toninho. Os dois não recorreram a essa estratégia ao longo da campanha, devido aos altos custos.

Fique atento

O que já está proibido
; Propaganda na televisão e no rádio
; Debates
; Comícios e reuniões públicas
; Discursos em carros de som

Permitido até as 22h de amanhã
; Distribuição de santinhos,
adesivos e panfletos
; Caminhadas
; Carreatas (com veiculação de jingles
ou mensagens, mas sem discursos)

No domingo

Quem pedir votos nas proximidades das zonas eleitorais durante o horário do pleito ; das 8h às 17h deste domingo ; pode ser preso e pagar multa de até R$ 15 mil, conforme a legislação eleitoral. Outros crimes eleitorais no dia da votação estão listados em uma cartilha do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), disponível no site www.tre-df.jus.br/default/eleicoes_2010

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