Eleicoes2010

Chuva forte esvazia caminhada de Marina Silva pelo centro de São Paulo

Enviada Especial
postado em 02/10/2010 07:32
Militantes com capas de chuva ao lado da ex-senadora: percurso abreviado e discurso otimistaSão Paulo ; O último compromisso público da candidata à Presidência da República pelo PV, Marina Silva, foi debaixo de chuva. A caminhada pelas ruas do centro da capital paulista estava marcada para as 12h30, mas acabou atrasando por conta da água que insistia em cair. Em uma das poucas brechas oferecidas por São Pedro, a verde juntou-se aos cerca de 200 militantes que a aguardavam. Animado, o grupo contava com dançarinas, uma bicicleta de som e um saxofonista, que tocava o Hino Nacional e a canção Marina, morena, de Dorival Caymmi.

Visivelmente cansada e impaciente, Marina percorreu um trecho pequeno ao lado do seu vice, Guilherme Leal, e dos companheiros de partido, Fábio Feldman, candidato ao governo de São Paulo, e Ricardo Young, ao Senado. Próximo ao prédio da prefeitura de São Paulo, ela encontrou duas cadeirantes e parou para cumprimentá-las. Recebeu uma carta com diretrizes para a política voltada aos portadores de necessidades especiais. Não quis falar em um megafone que lhe foi oferecido e nem entrar no espaço público. A legislação proíbe comícios ou pronunciamentos nesta reta final de campanha.

Em meio ao tumulto provocado por fotógrafos, cinegrafistas, militantes e curiosos, a candidata à Presidência disse estar confiante na ;onda verde; que estaria tomando o país. ;Teremos uma surpresa em 3 de outubro. Duas mulheres no segundo turno.; A candidata adotou discurso confiante e disse estar pronta para receber o apoio dos ;melhores do PSDB;. Com relação ao DEM, não quis se pronunciar e reforçou que ;não vale tudo para ganhar a eleição;. Sobre Serra, subiu o tom.

;Ele me elogiava bastante antes, mas acho que ficou irritado em função da pergunta sobre o Bolsa Família. Como nunca se manifestou criticamente sobre a oposição ferrenha que o PSDB e o DEM faziam no Congresso contra o programa, eu estava perguntando para saber se havia uma autocrítica agora ou se era apenas estratégia eleitoral;, disse. Segundo ela, a pergunta foi repetida porque cada debate tem uma audiência nova.

Marina ainda criticou a falta de confronto entre o tucano e a petista Dilma Rousseff. ;No primeiro debate, havia uma ansiedade grande de Dilma e Serra se confrontarem. Eles estavam na lógica do plebiscito e do embate. Como quebramos o plebiscito e colocamos o debate, no fim, como não tinham programa de governo, não tinham o que debater;, argumentou. Aliás, para a senadora, esse foi o maior problema das eleições. ;Os candidatos nem tinham plano de governo;, completou. Para ela, o segundo turno é uma chance de todos competirem com as mesmas armas. ;Eu tinha um plano, mas não tinha tempo de televisão. Eles queriam fazer uma novela azul e a outra cor-de-rosa.;

Apuração
Marina não terminou a caminhada até a Praça da Sé e, em meio aos gritos de ;gente, gente, gente, Marina presidente;, pediu a assessores que trouxessem o carro e foi embora. A candidata cancelou a viagem que faria a Maceió (AL). Hoje, deve passar o dia no Rio. No domingo, vota em Rio Branco (AC), sua terra natal, e depois acompanha a apuração em São Paulo.

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