Para efeito de comparação, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez 11 viagens a 7 estados no mesmo período de 2002. Naquela campanha eleitoral, o concorrente tucano José Serra evitou aparecer ao lado de seu correligionário. FHC limitou-se a cumprir agenda oficial.
São Paulo foi o estado que mais recebeu atos eleitorais de Lula e Dilma depois das agendas oficiais. Foram cinco visitas a oito cidades que renderam mobilização da militância petista. Minas Gerais teve três comícios do presidente com sua candidata. Em Porto Alegre, dois atos para impulsionar a candidatura da ex-ministra da Casa Civil no estado em que ela surgiu para a política.
Lula e Dilma fizeram esforço extra em São Paulo e no Sul para diminuir a vantagem que o candidato do PSDB, José Serra, tinha no início da aventura pelo Palácio do Planalto. Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, a meta era ampliar a liderança. Como acabou sendo ostensiva a participação de Lula, algumas pesquisas mostraram reversão no quadro, colocando a petista na frente, caso de São Paulo.
Performance
As 18 viagens oficiais renderam atos eleitorais em nove estados. Em todos, os candidatos apoiados por Lula apresentam desempenho competitivo, excluindo Minas Gerais, Pará e Rondônia. Lula dedicou-se a uma investida na reta final para dar gás a Hélio Costa (PMDB-MG) e a Ana Júlia Carepa (PT-PA), mas a tendência é a vitória da oposição com Antonio Anastasia (PSDB), em Minas, e Simão Jatene (PSDB), no Pará. Em Rondônia, o candidato do PT, Eduardo Valverde, aparece sem chances nos levantamentos.
Em quatro estados (veja quadro) não houve motivação eleitoral para Lula; ele limitou-se a inaugurar ou vistoriar obras. Mesmo assim, a mobilização do presidente acaba animando os militantes locais. São grandes as chances de candidato apoiado por Lula vencer no primeiro turno na Bahia, com Jaques Wagner (PT); Pernambuco, com Eduardo Campos (PSB); no Rio de Janeiro, com Sérgio Cabral (PMDB); e no Espírito Santo, com Renato Casagrande (PSB).
Rodada
No Rio Grande do Sul, com Tarso Genro, há uma possibilidade de vitória amanhã. São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Tocantins, com Aloizio Mercadante (PT) , Ideli Salvatti (PT), Osmar Dias (PDT), Zeca do PT e Carlos Gaguim (PMDB), respectivamente, vislumbram a disputa de uma nova rodada. O comício do Rio de Janeiro, o primeiro de Lula ao lado de Dilma, não entrou na contabilidade porque o presidente cumpriu agenda oficial em São Paulo antes.
No período eleitoral, Lula fez ainda três visitas internacionais. Em julho, foi ao continente africano, onde visitou Quênia, Tanzânia e África do Sul. Entre o fim de julho e agosto, passou por Uruguai, Paraguai e Argentina, em visitas que se espremeram entre atos eleitorais em Porto Alegre e Curitiba.