Helena Mader
postado em 02/10/2010 07:00
Mais de 1,8 milhão de brasilienses vão às urnas neste domingo para participar de uma das eleições mais esperadas da história do Distrito Federal. Depois da crise política que transformou a rotina de Brasília, serão escolhidos os novos deputados distritais e federais, senadores, governador, além do presidente da República. O desembargador João Mariosi, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do DF, reconhece que este será um pleito delicado, por conta das indefinições de candidaturas e do clima tenso da campanha. Mas ele espera que o processo eleitoral transcorra com tranquilidade. ;Será uma eleição magnífica e, talvez, a mais representativa do país;, acredita.De 2008 até hoje, o número de eleitores em Brasília cresceu cerca de 10%. Nos últimos dois anos, a quantidade de pessoas cadastradas no Tribunal Regional saltou de 1.663.720 para 1.836.280. Isso porque, durante os pleitos municipais, muitas pessoas mudam de domicílio eleitoral. ;A gente observa esse movimento em todas as eleições. Os brasilienses têm interesse nas eleições do Distrito Federal e também nas municipais;, explica Mariosi.
Brasília terá 549 locais de votação, com 5.197 seções. O local que vai reunir o maior número de eleitores amanhã é o UniCeub, na Asa Norte, onde mais de 10 mil pessoas vão votar. Ao todo, 24.322 pessoas vão trabalhar durante o pleito, entre mesários, administradores dos locais de votação, juízes eleitorais e funcionários que transportarão as urnas eletrônicas.
O presidente do TRE-DF, João Mariosi, conta que a maioria dos brasilienses prefere votar durante a manhã. ;A expectativa é que, até as 14h, mais de 80% das pessoas já tenham votado. Cada eleitor deve levar, em média, 90 segundos para votar. Assim, cada urna eletrônica vai registrar cerca de 40 votos por hora;, detalha o desembargador João Mariosi. Serão usadas 5.438 urnas eletrônicas e o TRE-DF ainda vai manter mais 545 equipamentos de reserva, que serão usados em caso de emergência.
Em trânsito
Uma das principais novidades deste ano é a criação do voto em trânsito. Amanhã e no segundo turno, caso haja, os eleitores que estiverem ausentes do seu domicílio eleitoral terão a chance de declarar a sua preferência em outra cidade, mas apenas para o cargo de presidente. Só poderão votar em trânsito os eleitores que se habilitaram antes de 15 de agosto deste ano nos cartórios eleitorais. Quem não tiver feito o cadastro prévio e estiver longe de casa terá que justificar o voto para escapar das sanções da Justiça Eleitoral. Mais de 8 mil pessoas que moram em outros estados se inscreveram para votar em trânsito no Distrito Federal. Todos terão que escolher o candidato à Presidência de sua preferência no Iesb da Asa Sul, que fica na SGAS 613/614, lotes 97/98.
O vice-presidente e corregedor do TRE-DF, desembargador Mário Machado, alerta os eleitores da capital sobre a importância de levar a cola com o número dos postulantes escolhidos aos locais de votação. ;É importante que ninguém saia de casa sem anotar os números dos seis candidatos em um pedaço de papel. Isso vai dar mais rapidez à votação;, explica Mário Machado.
Ele também garantiu que os fiscais estarão muito atentos para coibir a boca de urna. ;Todos têm garantido o livre direito de votar. Mas o eleitor pode manifestar sua preferência individualmente e de forma silenciosa, com o uso de broches ou adesivos;, explicou. Sobre o uso de camisetas, o desembargador destacou que a roupa não pode ser doada nas proximidades dos locais de votação, já que isso configuraria crime eleitoral. O TRE vai oferecer ônibus gratuitos para transportar moradores de zonas rurais aos locais de votação. Os veículos serão identificados e quem não tiver autorização fica sujeito às sanções eleitorais.
Instabilidade
A instabilidade jurídica das eleições em Brasília e os últimos incidentes entre correligionários adversários, estão preocupando as autoridades federais. Ontem, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou que a situação no DF merece atenção especial da Polícia Fdeeral, que reforçou seu efetivo com agentes de outros estados, assim como foi feito em Alagoas, Pará, Amazonas, Rio Grande do Norte e Amazonas. A PF não informou qual será o contigente que está utilizando a partir de hoje, quando começa a desencadear ações para combater os crimes eleitorais.
;A situação é indefinida eleitoralmente;, afirmou Barreto, ressaltando que é necessário que o processo seja feito de forma tranquila, já que Brasília, como capital do país, deve servir como exemplo para outras unidades da Federação. ;O que se espera é que as pessoas tenham serenidade no dia da votação. Tem que ser uma festa democrática, mas dentro da lei;, disse o ministro.
Barreto explicou que os motivos que levaram a Polícia Federal a reforçar seu efetivo foram, além dos últimos acontecimentos e os confrontos entre correligionário de Agnelo Queiroz e de Joaquim Roriz, o histórico de crimes eleitorais, principalmente no Entorno. O ministro anunciou que sete mil agentes estão trabalhando em todo o país, pelo período que for necessário.