postado em 03/10/2010 06:11
Na disputa pela Presidência da República, cinco candidatos lutam contra o anonimato. Eles não aparecem nas pesquisas, não podem participar de debates por falta de representação no Congresso e não conseguem quantias significativas de recursos para emplacar as campanhas. Apesar das dificuldades, incomodam-se quando são chamados de nanicos e fazem discurso de quem está empenhado na disputa.Na verdade, o interesse dessas legendas ao lançar candidaturas sem chances de vitória limita-se a desfrutar dos cerca de 36 minutos de televisão a que cada um desses presidenciáveis teve direito, contabilizando todo o horário eleitoral gratuito na televisão ; de 17 de agosto até a última quinta-feira, sem levar em conta as pequenas inserções na programação. Uma estratégia para divulgar causas e candidatos em 20 aparições de 55 segundos cada, à tarde e em pleno horário nobre.
Parte dos nanicos insiste em jingles e bordões para se tornarem conhecidos, ou insistem nas mesmas ideias durante as campanhas. Levy Fidelix (PRTB) se denomina o candidato do aerotrem. Ele tem defendido a construção do veículo no Brasil desde as últimas campanhas. Este ano, sua proposta de governo registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sugere até a transformação do Bolsa Família em cláusula pétrea na Constituição Federal. Dessa forma, nem o Congresso poderia propor sua extinção.
Na onda de jingles repetitivos, o candidato José Maria Eymael, do PSDC, comemora o sucesso da música que divulga seu nome. Promete defender os valores cristãos das famílias brasileiras. Sua proposta de governo é ampla e genérica.
Radicalismo
Com causas mais claras e radicais, PSTU, PCO e PCB aproveitam o programa eleitoral para divulgar suas ideias. A maioria delas propõe o rompimento com o capitalismo. O candidato José Maria, do PSTU, insiste sempre no boicote à dívida externa e no repasse desses recursos para causas sociais. Entre suas propostas mais polêmicas estão a expropriação e a estatização dos bancos.
O PCO lançou o candidato Rui Pimenta em nome da causa operária. No registro do programa de governo da legenda não há propostas objetivas. Há apenas a promessa de fazer uma revolução em prol dos trabalhadores. Rui é um crítico ferrenho da atual estrutura eleitoral do país. Ao se queixar da dificuldade de obter financiamento, disse, logo no início da disputa, que não faria campanha ;para valer; por falta de recursos.
Os defensores do comunismo também estão representados nesta eleição. O candidato Ivan Pinheiro (PCB) usou seus segundos de mídia para defender a revolução socialista. Sua proposta de governo prevê o fim do Senado e a convocação de plebiscitos e referendos para decidir temas de maior interesse dos trabalhadores.