postado em 04/10/2010 08:00
Historicamente, as urnas ; muito antes de se tornarem eletrônicas ; consagram ou reprovam candidaturas, posturas, modelos de governo. Nas eleições 2010, elas não fugiram a essa sina, quase uma função obrigatória, de estabelecer as vontades e os limites da sociedade. Em São Paulo, o tucano Aloysio Nunes Ferreira emplacou arrancada impressionante nos dias que antecederam ao pleito e roubou uma das vagas ao Senado, que pareciam destinadas a Marta Suplicy e Netinho. Mais que isso: foi o mais votado, deixando o pagodeiro de fora do Congresso.Igualmente significativo foi o desempenho do ex-governador e senador eleito Aécio Neves (PSDB). Ele não só ignorou os adversários na disputa, alcançando mais de 7,4 milhões de votos (quase 40% do total) como usou sua força política para reconduzir Antonio Anastasia ao cargo de governador em primeiro turno.
Do lado dos que apoiavam o governo Luiz Inácio Lula da Silva, saltaram adiante como importantes peças no atual cenário ; independentemente do resultado da eleição presidencial em segundo turno ; o governador do Rio, Sérgio Cabral, reeleito com mais de 60% dos votos, e o gaúcho Tarso Genro, que também em primeiro turno, retorna ao comando do Rio Grande do Sul, apoiado por uma votação expressiva: acima dos 54%.
Por outro lado, para um grupo de candidatos, a eleição deste ano não vai deixar qualquer saudade. Figuras conhecidas da política nordestina, como o ex-governador do Ceará Tasso Jereissati e o ex-vice-presidente da República Marco Maciel ; que não se elegeram como senadores ;, por exemplo, ainda passarão algum tempo tentando descobrir o que não funcionou em suas campanhas. Candidata à Presidência nas últimas eleições, Heloísa Helena, que também tentava voltar ao Senado, por Alagoas, ficará mais quatro anos sem mandato.
E em meio a vitoriosos e derrotados, há casos de candidaturas que, mesmo não saindo vencedoras nas urnas, se tornaram motivo de comemoração. É o caso de Marina Silva, candidata à Presidência, que terminou em terceiro lugar na corrida ao Planalto e cujos votos, agora, valem ouro no segundo turno.