Guilherme Goulart, Helena Mader
postado em 04/10/2010 08:00
A bancada candanga na Câmara dos Deputados tomará posse em 1; de fevereiro de 2011 marcada pela renovação. Enquanto um dos oito deputados federais eleitos pelo Distrito Federal no pleito de 2006 comemorou a manutenção do cargo, os demais irão estrear na Casa. Uma das surpresas ficou por conta da eleição do deputado distrital José Antônio Reguffe (PDT). Com 266.465 votos, o economista e jornalista atingiu 18,95% do total da votação e, proporcionalmente, se tornou o federal mais bem votado do país. Outros colegas da coligação Um novo caminho ; os deputados distritais Paulo Tadeu e Érika Kokay e o também petista Geraldo Magela ; fizeram com que o número de deputados do PT subisse de um para três. Luiz Pitiman (PMDB), apesar de nono colocado no geral, ficou com a 8; vaga, beneficiado pelos votos conquistados pela própria coligação.
O ex-diretor geral da Polícia Civil do Distrito Federal e atual deputado Laerte Bessa (PSC) não conseguiu a reeleição. Os demais eleitos para a Câmara Federal pela capital do país são da coligação O DF pode mais: Jaqueline Roriz (PMN), filha do ex-governador do DF Joaquim Roriz; e Izalci Lucas e Ronaldo Fonseca, ambos do PR. Além de Bessa, Augusto Carvalho (PPS) falhou na tentativa de continuar como deputado. Ficou na 16; colocação. Da atual bancada, apenas Magela se manterá na Casa.
Reguffe conversou com o Correio às 19h55, momento em que a apuração no Distrito Federal ultrapassava os 90%. O distrital aparecia com mais de 250 mil votos computados ; ele acompanhou a contagem em casa, ao lado da família. Emocionado, revelou surpresa pela primeira posição para a Câmara Federal. ;Eu quero agradecer a cada uma das pessoas que votou em mim. O maior agradecimento que posso dar é ser um deputado honesto e decente e cumprir todos os meus compromissos de campanha;, afirmou.
O candidato do PDT chega à Câmara dos Deputados depois de uma passagem pelo parlamento local (veja os perfis dos demais eleitos). Com o discurso e o mandato marcados pela ética e pela transparência, Reguffe prometeu levar a mesma postura para a Câmara Federal. ;Vou agir da mesma forma;, garantiu. Ele havia chegado à Câmara do DF após duas tentativas: 1998 e 2002. Elegeu-se pela primeira vez em 2006, com 25.805 votos ; o terceiro mais votado. Ex-líder estudantil na Universidade de Brasília (UnB) e no Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), começou a carreira política pedindo votos sozinho nas ruas, bares e restaurantes da cidade. Gastou R$ 22 mil na eleição.
Mudança
Para a deputada distrital Érika Kokay, futura colega de bancada de Reguffe, a eleição de cinco candidatos da coligação Um novo caminho representa o desejo de mudança do povo candango. ;Essa representatividade revela um grito de Brasília, que pede ética na política. Vou continuar trabalhando da mesma forma que vinha fazendo na Câmara Legislativa, mas com a diferença de que agora terá uma dimensão nacional;, explicou a petista. Ela acredita que a maioria eleita pelo grupo PT-PDT-PMDB tende a facilitar o diálogo e a aprovação de projetos.
O ex-deputado distrital Izalci Lucas comemorou a quarta posição no geral e avaliou que a condição de minoria da coligação O DF pode mais não será problema para os três deputados federais eleitos em nome do grupo. ;Brasília está acima de tudo, inclusive da questão partidária. Vamos trabalhar juntos. O importante é a vitória, é mudar esse quadro político de Brasília e aumentar a auto-estima da população;, disse o representante do PR. O Correio tentou contato por meio de telefone celular com os demais deputados federais candangos eleitos ontem, mas não obteve resposta ou retorno.