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Depois dos petistas, aliados do PSDB se reúnem para definir estratégias

Ivan Iunes
postado em 06/10/2010 08:12
A campanha tucana à Presidência vai reunir boa parte dos políticos aliados em Brasília durante a tarde de hoje para dar início oficial à campanha de José Serra (PSDB) no segundo turno. A convocação recai sobre todos os candidatos a governador e a senador nos estados, eleitos ou não no último fim de semana. Os presidentes das legendas que compõem a candidatura serrista (PSDB-PPS-DEM) também participam do encontro, que tem como intenção dar um novo freio de arrumação à campanha, especialmente nos estados do Nordeste e no Rio de Janeiro ; onde há espaço para crescimento dos tucanos. O reinício da campanha serrista terá vez no Centro de Convenções Brasil XXI, mesmo endereço em que foi lançada oficialmente, em abril.

Ontem, Serra dispensou o dia para manter reuniões com lideranças do DEM e tentar diminuir as rusgas com o partido, em especial com o presidente da legenda, o deputado federal Rodrigo Maia (RJ). Para a reunião de hoje à tarde, são esperadas as participações dos principais governadores eleitos pela legenda em primeiro turno: Antônio Anastasia (MG), Geraldo Alckmin (SP) e Beto Richa (PR), além dos eleitos pelo DEM, Rosalba Ciarlini (RN) e Raimundo Colombo (SC). Os futuros senadores mineiros Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS) também batem ponto no encontro.

A intenção de Serra é dar ;novo início; à corrida, marcada no primeiro turno por críticas quanto à centralização de decisões. Por isso, a agenda será definida depois de ouvir os aliados. ;Ele quer escutar a análise de todos para definir a linha geral. Depois definiremos um roteiro de viagens a serem feitas a partir do fim de semana;, anuncia a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), coordenadora de agenda de Serra. Para o líder tucano no

Senado, Álvaro Dias (PR), a principal aposta para o segundo turno será na estrutura de comunicação, já que não há como manter o mesmo nível de participação da militância nos estados. ;Agora vamos atrás do voto no atacado, ao contrário do primeiro turno, quando a busca era no varejo. É mais imagem, conteúdo, forma e conceito. Isso se dá através da comunicação, num confronto direto com o adversário por estratégias e modelos de gestão para o país;, aposta Dias.

E o PTB?
A presença de Serra em Brasília pode servir também para apaziguar os ânimos com um dos partidos aliados no primeiro turno: o PTB. A legenda comandada pelo ex-deputado federal cassado Roberto Jefferson se dividiu entre Dilma e o tucano. O diretório nacional e o tempo de tevê ficaram com o oposicionista e a bancada federal, com a petista. Antes mesmo dos eleitores irem às urnas no domingo, Jefferson pulou do barco e anunciou voto em Plínio Sampaio (PSol), por ter sido preterido das decisões de campanha de Serra. Agora, tenta voltar ao ninho tucano, desde que a legenda apresente a proposta de por fim ao fator previdenciário de correção das aposentadorias.

O PTB estará reunido na Câmara às 16h para decidir qual rumo tomar em 31 de outubro. Entre os dilmistas do partido, como o deputado federal Jovair Arantes (GO) e o senador Fernando Collor (AL), também há insatisfação com o apoio dos petistas nos estados. Assim como o diretório nacional diz ter sido desprezado por Serra, os parlamentares acreditam que foram abandonados pelos governistas. ;Vamos nos reunir para tentar uma saída conjunta. Decidimos enquanto bancada apoiar Dilma no primeiro turno, mas tivemos tratamento desigual;, reclama Jovair.

ACESSO INTENCIONAL AOS DADOS DE TUCANO
; A Corregedoria da Receita Federal concluiu que o servidor Gilberto Souza Amarante, filiado ao PT, acessou intencionalmente o banco de dados fiscais do vice-presidente o PSDB, Eduardo Jorge. ;Os indícios não remetem a um acesso equivocado, mas a uma consulta direcionada;, consta de relatório do órgão, segundo reportagem do jornal Estado de S.Paulo. Investigação mostrou que o petista, lotado em Formiga (MG), não tinha documento da Receita que justificasse a busca pelos dados do tucano. Amarante declarou à Receita que tinha intenção de ver as informações de um homônimo e não o dirigente do PSDB. Segundo o relatório, os indícios mostram o contrário.

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