Eleicoes2010

Agnelo e Weslian estudam maneiras de não perder votos e ampliar o apoio

Agnelo buscará a ajuda dos derrotados nas urnas e o reforço de Lula, enquanto o PSC apostará na comparação das administrações de Roriz com a do PT

postado em 06/10/2010 08:00
Mesmo com uma diferença de pontuação considerável entre o primeiro e o segundo colocados na disputa pelo governo do DF, as circunstâncias destas eleições obrigam os candidatos a rever estratégias para o segundo turno da batalha eleitoral. Os grupos de Agnelo Queiroz (PT) e de Weslian Roriz (PSC) têm motivos para encarar as próximas semanas como início de campanha. E é exatamente o que estão fazendo. Com base no mapa das eleições, que revela o desempenho dos oponentes em cada cidade, as coligações estão revisando metas para o 31 de outubro.

Agnelo buscará a ajuda dos derrotados nas urnas e o reforço de Lula, enquanto o PSC apostará na comparação das administrações de Roriz com a do PTMesmo com uma vantagem de praticamente 17 pontos sobre Weslian, os petistas não subestimam a adversária. Pelo inegável fato de que a ex-primeira-dama manteve a intenção de votos do marido, mesmo com todo o desgaste provocado pela indefinição sobre o registro de sua candidatura e da de Roriz. A autorização veio menos de 24 horas antes das urnas e, mesmo assim, Weslian está no segundo turno. E agora começa a ser trabalhada como candidata de fato e de direito.

Por isso, para o PT não basta manter o patamar dos 48%. É preciso garantir uma margem de segurança. Diferença que os petistas vão buscar entre os eleitores de Toninho e especialmente do PV, de Marina Silva e de Eduardo Brandão. Há uma costura que já começou a ser trabalhada no sentido de amarrar o apoio do Partido Verde com a direção nacional da legenda. No caso do PSol será mais difícil fazer a aliança institucional, uma vez que Toninho tem dito que vai manter a neutralidade. Mesmo assim, estrategistas de Agnelo apostam que há possibilidade de convencer os eleitores do terceiro colocado a votar no PT, pois esse grupo teria em comum com Agnelo a aversão a Roriz.

No segundo turno, o foco se volta para dois candidatos e a diferença entre os adversários se acentua. Uma das apostas de Agnelo na primeira fase da campanha foi a de se colocar como crítico da saúde no DF, prometendo, na condição de médico, tornar-se o secretário dessa pasta em caso de vitória. Assessores de Agnelo avaliam que o tema tem apelo, mas não é forte o suficiente para roubar votos de Roriz. Assim, a política habitacional deve tornar-se o centro do programa petista. A coligação vai enfatizar o compromisso de contemplar 100 mil famílias com o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida.

Com todas as críticas de uma parte da população que desaprova a política habitacional de Roriz, a doação de lotes é ponto forte do grupo. O antídoto dos azuis para a investida do exército vermelho em território adversário será a comparação das administrações rorizistas com a do PT, que comandou o DF entre 1995 e 1998 e perdeu a chefia do Executivo para Roriz. Contra a tática do inimigo, os petistas querem marcar como ponto de referência o exemplo nacional de Lula, que será chamado para reforçar a campanha no DF, tanto para ajudar Agnelo, como a presidenciável Dilma, que não teve bom desempenho na capital, perdendo na maioria das zonas eleitorais para Marina Silva.

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