postado em 06/10/2010 08:00
Um total de 95.130 eleitores votou nulo (1) no primeiro turno das eleições do Distrito Federal para governador. O número é equivalente a 6,13% de todos os votantes. O maior percentual de nulidade foi registrado na primeira zona eleitoral, na Asa Sul. A zona faz parte do oitavo maior colégio eleitoral, com um total de 107.784 votantes. Ao todo, anularam a escolha para chefiar o Executivo 7,19% dos eleitores nessa situação. Essa foi também uma das duas zonas em que o candidato Toninho do PSol apareceu à frente de Weslian Roriz (PSC) na votação. A outra foi a que reúne a Octogonal, o Cruzeiro e o Sudoeste, onde a quantidade de votos nulos somou 6,38%.;A partir do momento em que Toninho declarou que votará nulo no segundo turno, isso não quer dizer que seus eleitores farão o mesmo e que essa faixa de votos crescerá. Se o candidato diz que votará nulo, ele dá a mensagem que seu eleitor está livre para escolher o próprio caminho. É difícil dizer como se comportará o eleitorado nesse caso;, considera o cientista político João Paulo Peixoto. Em contrapartida, a menor quantidade em percentual de votos nulos foi contabilizada na 21; zona ; o quarto maior colégio eleitoral na unidade da Federação, que abrange Samambaia e Recanto das Emas. Houve 5,52% de votos nulos. No local, reduto do ex-governador Joaquim Roriz, Weslian liderou em número de votos, ficando à frente de Agnelo Queiroz (PT) cerca de 15 pontos percentuais e garantindo a participação no segundo turno do pleito.
O especialista em políticas públicas da Universidade Católica de Brasília (UCB) Emerson Masullo acredita que a diferenciação na quantidade de votos nulos entre as regiões do DF está ligada ao nível de escolaridade da população. ;A população das regiões mais carentes do DF ainda é um pouco vítima das políticas paternalistas desde que o governador deixou de ser biônico. Já a população da Asa Sul, que é mais escolarizada, ficou indignada com os últimos acontecimentos políticos e resolveu votar nulo, o que também não é bom, já que esse grupo acaba se omitindo;, analisa.
O DF registrou ao todo 1.550.765 votos para a eleição do chefe do Executivo local. O maior comparecimento de eleitores foi registrado na 3; zona eleitoral, em, Taguatinga Norte. Lá, votaram 67.760 pessoas, o equivalente a 87,40% de todo o contingente aguardado. A zona faz parte do terceiro maior reduto eleitoral do DF e, com Vicente Pires, soma um eleitorado com 159.880 cidadãos. Na cidade, Agnelo registrou ampla vantagem sobre Weslian ; 27,38% de diferença. Ao todo, como o Correio mostrou ontem, o petista venceu em 18 das 21 zonas e em 15 das que ganhou recebeu mais de 50% das escolhas válidas.
Ausentes e brancos
Em todo o DF, 283.177 eleitores não compareceram ao pleito, um total de 15,44% dos aptos a votar. A maior abstenção ocorreu registrada na 18; zona eleitoral, que abrange Lago Sul, São Sebastião e Jardim Botânico. Um percentual de 18,67% dos eleitores não compareceu ao pleito. A zona, que integra o 12; colégio eleitoral do DF, com 61.796 votantes, também foi a que registrou o maior percentual de votos em branco ; 4,51%. ;Brasília é uma região de fluxo migratório muito intenso, isso faz com que muitas vezes pessoas se abstenham de votar;, considera Masullo.
Na capital do país, 58.332 brasilienses votaram em branco para governador, o que representa 3,76% do total. A menor quantidade de votos branco, 3,28%, foi registrada em Brazlândia e zonas rurais.
1 - Sem preferências
Considera-se voto nulo aquele em que o eleitor manifesta sua vontade digitando na urna eletrônica um número que não seja correspondente a nenhum candidato ou partido político oficialmente registrados. O voto nulo é apenas registrado para fins de estatísticas e não é computado como voto válido, ou seja, não vai para nenhum candidato, partido ou coligação.
ROSTO NAS URNAS
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ainda não recebeu resposta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o pedido para que a foto da candidata Weslian Roriz (PSC) substitua a de seu marido no próximo dia 31, quando se realiza o segundo turno. Segundo o TRE, haveria tempo hábil para a troca, pois os equipamentos receberão, em 20 de 27 de outubro, nova carga de informações. O TSE ainda não respondeu ao pedido, porém o ministro Ricardo Lewandowski havia dito, após o primeiro turno, que não seria possível a substituição dos dados.