Eleicoes2010

Weslian busca Serra, que evita se associar à imagem de Roriz

Do lado petista, Lula e Dilma deverão marcar mais presença na campanha de Agnelo

Ana Maria Campos
postado em 07/10/2010 08:00
Os dois grupos adversários no segundo turno no Distrito Federal adotaram posturas opostas em relação às campanhas rumo ao Palácio do Planalto. Enquanto Agnelo Queiroz (PT) fez tudo para associar a sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à da petista Dilma Rousseff (PT), Joaquim Roriz (PSC) não teve um único compromisso ao lado do tucano José Serra, embora o partido do ex-governador estivesse coligado com o PSDB. Nesta segunda fase, a expectativa é de que o petista reforce ainda mais essa relação. No núcleo rorizista, cresce uma tendência de aproximação com a candidatura de Serra, numa estratégia para buscar aliados onde for necessário.

Na próxima segunda-feira, Lula, Dilma e Agnelo promoverão um comício em Ceilândia Sul, na praça da Administração Regional. O comando petista escolheu o maior colégio eleitoral do DF para o principal evento de campanha no segundo turno. Lula voltará a gravar participações no programa eleitoral de Agnelo e os projetos sociais do governo federal, como o Minha Casa, Minha Vida, serão explorados como realizações a serem mantidas e reforçadas em caso de vitória dos candidatos do PT.

A expectativa de petistas é melhorar a performance de Dilma na capital do país. Ela foi a segunda colocada, atrás de Marina Silva (PV). Nas últimas eleições(1), o tucano Geraldo Alckmin ganhou de Lula no primeiro turno e, depois de reviravolta na campanha, acabou derrotado na segunda etapa. Neste ano, o resultado das urnas refletiu a postura de Serra. O presidenciável do PSDB, terceiro colocado na preferência do eleitorado no DF, não promoveu um único evento público com seu parceiro na capital do país, Joaquim Roriz (PSC). Para reverter o prejuízo, Serra, ao reunir ontem políticos em Brasília para montar uma frente em busca do segundo turno, demonstrou que não vai selecionar aliados.

Posou para fotos ao lado de Weslian Roriz (PSC) e da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia, que ficou em quarto lugar na corrida ao Senado. A coordenadora da campanha tucana no Centro-Oeste, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), tenta organizar um encontro reservado de Weslian e Serra para que fique clara a aproximação entre os dois candidatos. ;Vamos organizar (um encontro), mas ainda não há data;, sustenta Marisa. De acordo com tucanos, Serra e Roriz não devem se rever. O candidato à Presidência teme associar a sua imagem à do ex-governador do DF, que teve o registro recusado pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. Por isso, existe uma negociação para que Roriz aceite uma agenda em que Weslian e Serra se reúnam, sem a sua presença. O próprio ex-governador não esconde a mágoa pela falta de apoio por parte da cúpula do PSDB durante sua passagem pela campanha até 10 dias antes da votação. No dia da eleição, consultado pelos repórteres de plantão, o ex-governador e a mulher não quiseram declarar em quem votaram para presidente da República.

Apoio
De acordo com a senadora, já nos próximos dias o vice de Serra, Índio da Costa, deverá participar de eventos no DF. Amiga de Abadia, Marisa Serrano tomou a iniciativa de convidar Weslian para a reunião de ontem, ocorrida no Centro de Convenções Brasil 21. Abadia, que também sempre manteve uma boa relação com Serra, disse vai tentar buscá-lo para uma aliança mais forte no segundo turno da campanha. ;Ainda não conversei com ele. Amigo tem que saber a hora certa de dizer as coisas, ele tem coisas mais importantes para pensar;, disse. Weslian comentou a ida ao evento protagonizado pelo tucano. ;Vim dar apoio. Se ele quiser vir aos meus comícios, tudo bem. Mas se não quiser, não tem problema. Ele não veio antes para a nossa campanha, porque não veio.... Eu não era candidata naquela época.;

1 - Virada vermelha
No primeiro turno das eleições em 2006, o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) teve 44% dos votos para presidente no Distrito Federal. Candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conquistou 37%. Na segunda rodada, depois de um esforço petista, a votação se inverteu. Lula recebeu 56,96% dos votos válidos. O tucano ficou com 43,04%.

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