postado em 07/10/2010 08:15
; Diogo MartinsA presidenciável Dilma Rousseff (PT) iniciou a campanha na segunda etapa da eleição em ninho tucano: Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense governada por José Camilo Zito, presidente do PSDB no estado. A petista, no entanto, foi a mais votada por lá, escolhida por 247.725 eleitores, ao passo que José Serra (PSDB) foi lembrado por 70.557 pessoas. A agenda da retomada foi alterada por duas vezes. Dilma visitaria quatro cidades, mas passou por apenas uma, após chegar meia hora atrasada. De acordo com a assessoria da candidata, ela não continuou o passeio porque o congestionamento no tráfego a impediu. Foi descartado qualquer problema de saúde com a presidenciável.
Como ninguém foi avisado, o fim da carreata veio de forma inesperada. Alegando compromissos em Brasília, Dilma deixou o comboio, que durou cerca de 50 minutos, e seguiu de van com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, e outros políticos locais. A desistência da presidenciável causou surpresa até em petistas que acompanhavam a comitiva. ;Ué, mas já acabou?;, questionou Alberes Lima, presidente do Diretório Municipal do PT do Rio de Janeiro. O dirigente, aliás, tentou antecipar-se para ser o primeiro a chegar à Praça da Matriz, onde terminaria a programação, e acabou levando uma multa por avançar o sinal fechado.
Além do governador do Rio de Janeiro, Dilma chegou acompanhada do vice-governador, Luiz Fernando Pezão, e dos senadores eleitos no Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) e Lindberg Farias (PT), ex-prefeito de Nova Iguaçu. Cercada por seguranças, a petista deixou o carro sorrindo para as cerca de 200 pessoas que se aglomeravam para vê-la chegar.
UPPs
O primeiro compromisso de campanha de rua do segundo turno foi no bairro Jardim Gramacho, onde são comuns os problemas nos serviços públicos, como água, luz e saúde. Dilma justificou a escolha do Rio de Janeiro para reiniciar a campanha ressaltando a aliança formada pelos governos federal, estadual e pela maioria das prefeituras fluminenses. Ela se referiu ao relacionamento como uma ;parceria bem-sucedida;, prometendo gastos na região. No estado, Dilma venceu, mas Marina Silva teve votação expressiva, à frente de Serra.
;Eu quero começar aqui pela Baixada porque iremos priorizar duas questões muito importantes: o tratamento de água e o esgotamento sanitário;, disse Dilma, que manifestou o interesse de estender o programa estadual de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), presente apenas na capital, até a Baixada Fluminense.
Em menos de cinco minutos de entrevista, Dilma, além de fazer promessas para a região, falou sobre a ação do governo de aumentar de 2% para 4% o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para estrangeiros que investirem em renda fixa, a fim de conter a depreciação do dólar frente ao real. ;O que temos de fazer é aumentar a competitividade da indústria brasileira, tanto através de uma reforma tributária, quanto através do processo de melhoria do endividamento público;, disse a petista.
Hoje à tarde, Dilma fará campanha em Belo Horizonte e em Ribeirão das Neves, em Minas Gerais. A assessoria da petista informou que outros municípios poderão entrar na agenda. No estado mineiro, Dilma foi a mais votada, com 5.067.399 de votos, ao passo que Serra ficou em segundo, com 3.317.872 de eleitores. Os dois disputam os cerca de 2. 290.000 votos que Marina Silva (PV) recebeu no estado.
DE FÉRIAS, PADILHA ENTRA NA CAMPANHA
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, entra de férias hoje, por 30 dias, para se dedicar à campanha de Dilma Rousseff (PT). Mesmo no governo, Padilha ajudou a mobilizar prefeitos. O ministro ficou encarregado dessa tarefa por saber as demandas e as insatisfações dos administradores municipais em relação ao governo e municiar a petista para ela chegar às conversas com as lideranças regionais melhor preparada. A pasta vai ser comandada por Luiz Azevedo, secretário executivo.