Juliana Boechat
postado em 08/10/2010 08:00
A questão da segurança pública virou preocupação comum entre eleitores e candidatos ao Governo do Distrito Federal no pleito deste ano. Apesar do investimento de aproximadamente R$ 200 milhões na construção dos 110 postos comunitários da Polícia Militar durante a gestão de José Roberto Arruda, a sensação nas ruas é de insegurança e impunidade. Os agentes não podem deixar a base para atender as ocorrências, faltam pessoal e infraestrutura para realizar o trabalho com qualidade. Números publicados no Correio, em junho, com base em dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública, mostram que o total de delitos registrados nos primeiros cinco meses deste ano caiu em relação a 2009. Mas a quantidade de furtos de veículos e assaltos em coletivos aumentaram.
Até junho deste ano, as polícias Civil e Militar haviam realizado 29 operações no Distrito Federal. Dessas, 14 ocorreram nas proximidades de escolas, para combater a venda de bebida alcoólica. As outras ações visaram apreender drogas e armas, além de prender criminosos. Um exemplo foi a Operação Alvorada, desencadeada no início de junho, quando 112 foragidos da Justiça foram presos. Agnelo Queiroz (PT) e Weslian Roriz (PSC) já tiveram a oportunidade de expor suas propostas ao longo do primeiro turno, em entrevistas e debates. Entre as principais propostas dos dois candidatos que concorrerão no segundo turno, em 31 de outubro, estão a instalação de câmeras nas ruas das cidades, a restruturação dos postos comunitários e o aumento do efetivo de policiais.
Weslian Roriz mantém as propostas do marido, Joaquim Roriz, obrigado a abandonar a disputa por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Uma das prioridades do governo de Weslian, caso seja eleita, será a implantação do Projeto Olho Vivo, com a instalação de câmeras nas cidades para inibir ações violentas contra a população. Ela ainda pretende repor as perdas salariais e os benefícios dos policiais civis e militares e dos bombeiros. ;Brasília precisa ser policiada. Farei tudo o que for preciso, como aumentar o número de pessoas que combatem o crime. Teremos uma assessoria técnica para resolver isso com competência. O povo precisa de segurança para sair a qualquer hora do dia e da noite;, disse a candidata em um debate televisivo, no fim de setembro.
Crack
Agnelo Queiroz compartilha a ideia de implantar o sistema de câmeras nas cidades. O principal mote da campanha petista, no entanto, é a promessa de reforçar o contingente da PM com a contratação de 4 mil militares. ;Teremos o policiamento preventivo, protegendo a comunidade, lado a lado com a população. Além da polícia investigativa, a Civil. Bandidos não ficarão impunes. A nossa capital federal tem que ser a cidade mais segura do país;, defendeu. Em relação ao tráfico de drogas e à expansão do crack nas cidades, foi enfático no debate realizado pelos Diários Associados, em 14 de setembro: ;Serei implacável no combate ao tráfico;.
Em relação aos postos comunitários, os dois adversários também partem do mesmo princípio: a restruturação do sistema. Segundo Agnelo, as instalações consideradas úteis serão reequipadas. As demais, consideradas desnecessárias, serão transformadas em sedes de setores de policiamento do batalhão da área, com central de monitoramento por câmeras e carros destinados ao policiamento comunitário. A proposta de Weslian Roriz prevê a reavaliação do projeto de implantação dos postos, mas não detalha ações para caso a candidata assuma o principal posto do Distrito Federal.
O número
110 postos
Quantidade de bases da PM que candidatos prometem rever destinação a partir de 2011
O número
28 de outubro
Último dia permitido para propaganda política mediante reuniões públicas, comícios ou utilização de aparelhagem de sonorização fixa, entre as 8h e as 24h
110 postos
Quantidade de bases da PM que candidatos prometem rever destinação a partir de 2011
O número
28 de outubro
Último dia permitido para propaganda política mediante reuniões públicas, comícios ou utilização de aparelhagem de sonorização fixa, entre as 8h e as 24h
Memória
Big Brother no Itapoã
O Governo do Distrito Federal instalou 29 câmeras espalhadas pelas ruas do Itapoã para diminuir os índices de violência na invasão vizinha do Paranoá. Conforme o projeto inicial, as câmeras funcionariam 24 horas por dia. O Plano Piloto, segundo os planos do ex-governador José Roberto Arruda, seria a próxima localidade beneficiada pelo sistema de segurança. Mas os projetos foram interrompidos após o escândalo de suposto esquema de pagamento de propinas, deflagrado pela Operação Caixa de Pandora.