Eleicoes2010

Em MG, Mares Guia e Temer investem em prefeitos em busca de apoio a Dilma

postado em 16/10/2010 07:04
Belo Horizonte ; O principal reduto eleitoral de José Serra (PSDB) em Minas Gerais, a região sul do estado, começou a ser atacado ontem pela dupla de choque da campanha de Dilma Rousseff (PT). Depois de dois dias se reunindo com aliados em Belo Horizonte, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em férias para integrar a coordenação nacional da campanha petista, e o ex-ministro da pasta Walfrido Mares Guia, encarregado de contatos com lideranças em Minas, viajaram para a região para cumprir agenda de reuniões com prefeitos e vereadores.

Serra venceu nas maiores cidades do sul de Minas, todas com mais de 50 mil eleitores. A diferença mais expressiva foi registrada em Varginha, governada pelo PT, onde o tucano teve 31 mil votos, contra 17 mil de Dilma. Marina Silva ficou em segundo, com 23 mil votos. A segunda maior derrota da petista para Serra no sul do estado também ocorreu em uma cidade governada pelo PT, Pouso Alegre. Serra, assim como em Varginha, teve 31 mil votos, contra 23 mil de Dilma, na segunda posição. Marina teve 14 mil. O tucano bateu Dilma ainda em Três Corações, Poços de Caldas e Alfenas.

A primeira reunião dos enviados de Dilma foi ontem, em São Lourenço, com a participação do vice Michel TemerA primeira reunião dos enviados de Dilma foi ontem, em São Lourenço, cidade com menos eleitores, mas onde Dilma também perdeu, amargando um terceiro lugar, com 5 mil votos. Serra teve 11 mil e Marina, 6 mil. A estratégia dos dilmistas é reforçar pronunciamento feito por Padilha ontem, em Belo Horizonte, depois de encontro organizado pelo PMDB, com a participação do vice na chapa da petista, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP). ;O relacionamento que temos com os prefeitos foi construído em oito anos de governo, e não às vésperas das eleições;, disse o ministro.

Resposta
O discurso foi em resposta a José Serra, que, na quinta-feira, durante ato de campanha em Belo Horizonte, afirmou, por sugestão do ex-governador Aécio Neves (PSDB), que, se eleito, vai rever o funcionamento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Uma das principais reclamações dos prefeitos é que as cidades deveriam receber mais recursos.

Segundo Padilha, a tentativa dos tucanos de atrair lideranças municipais não vai surtir efeito. "Respeito muito os movimentos das lideranças de Minas Gerais, mas o povo do estado não vai se furtar de colocar uma mineira na Presidência da República", disse, acrescentando que "não teria graça ganhar do Serra sem um embate frente a frente com o tucano". Na mesma linha de Padilha, Temer afirmou não acreditar em uma migração de prefeitos para o lado tucano. "Esse risco não existe, pois 93% do diretório nacional do PMDB acompanha o posicionamento do partido", disse o presidente da Câmara. Ele acredita que os chefes de Executivo municipal vão acompanhar o diretório.

O peemedebista afirmou ainda ter esperança de que Marina declare apoio ao PT no segundo turno. Conforme o presidente da Câmara, a ex-candidata do PV "tem relacionamento acentuado com integrantes do governo Lula". Temer avaliou que, caso Marina não assuma o apoio à candidatura de Dilma, ficará neutra na disputa.

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