postado em 16/10/2010 07:10

Se fosse pagar pelo aluguel do imóvel, durante o mês que passou na casa mesmo fora do cargo, Erenice desembolsaria quantia em torno de R$ 20 mil, só pelo uso do espaço. A manutenção da casa, que inclui serviço de copeiros, cozinha e segurança, é custeada com recursos públicos do orçamento da Casa Civil. A assessoria da pasta informa que "nenhum servidor" trabalha na manutenção da residência oficial. Mas, de acordo com levantamento da liderança do DEM no Senado, feito a pedido do Correio, somente a contratação de ajudantes de serviços gerais para o trabalho de copeiragem da residência representa despesa de R$ 2 mil por mês. A Casa Civil informou que, assim que a ex-ministra deixou o cargo, perdeu o direito de usar o carro oficial da pasta e que as despesas como água, luz e telefone são custeadas pelo "usuário". Segundo a assessoria, a mudança da ex-ministra não foi paga com recursos públicos.
Interino
Se de um lado Erenice ocupava a casa destinada aos ministros da Casa Civil, de outro, o interino da pasta, Carlos Eduardo Esteves, nomeado depois do escândalo de tráfico de influências que derrubou a ex-ministra, mantém rotina de servidor público, sem regalias de autoridade. De acordo com a Casa Civil, Esteves, interino há quase um mês, não terá nem mesmo seguranças. Apesar de a residência oficial estar vazia desde quarta-feira, o substituto provisório de Erenice não vai se mudar para a casa na Península dos Ministros, porque é interino, segundo a assessoria.
A queda de Erenice ocorreu após denúncia de tráfico de influências envolvendo empresa de seu filho Israel Guerra e órgãos do governo. Empresários acusaram Israel de cobrar propina para facilitar a negociação de contratos com o governo, usando o nome da ex-ministra como aval. Durante a investigação das denúncias, parentes e amigos de Erenice foram "descobertos" em cargos na administração pública.