Eleicoes2010

Políticos influentes nos estados buscam apoio a Dilma e Serra

Vencedores tentam garantir ao presidenciável aliado as chaves do Palácio do Planalto

Ivan Iunes
postado em 18/10/2010 08:37
Nesta reta final que antecede o segundo turno, os candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), escalaram exércitos regionais para buscar a maioria dos votos dos 135 milhões de eleitores brasileiros. Em cada frente de batalha há generais responsáveis por turbinar as respectivas campanhas.

Tanto o tucano quanto a petista cobram engajamento total dos candidatos a governador que não se elegeram na primeira seletiva e dos senadores e deputados recém-eleitos. Nas últimas semanas, boa parte deles se ocupou de arregimentar prefeitos e cabos eleitorais e gerar notícias positivas para os dois postulantes ao Planalto.

A definição das eleições estaduais no primeiro turno na maior parte do país desatou boa parte das amarras provocadas pelas políticas de alianças nos estados e no Distrito Federal. Sem o mesmo nível de cobrança por fidelidade das legendas, vários nomes cederam aos convites de Dilma e de Serra para trocarem de apoio no segundo turno. O PP, por exemplo, acabou por formalizar suporte à petista ; no primeiro turno, oficialmente, a sigla estava neutra. Já o PMDB gaúcho anunciou reforço à candidatura tucana, embora no plano nacional esteja com Dilma.

Os reforços de última hora ajudaram a encorpar cada uma das duas candidaturas pelos estados. Nos últimos dias, os generais e os soldados de Dilma e de Serra trabalharam para colocar o ;bonde na rua;, definição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o corpo a corpo final das eleições.

Na semana passada, o ex-governador mineiro Aécio Neves (PSDB) ; recém-eleito para o Senado ;, o deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), deputados federais da Bahia, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e até o candidato a vice-presidente na chapa tucana, o deputado Índio da Costa (DEM-RJ), tiveram como tarefa organizar o front serrista em seus respectivos estados. ;O segundo turno é uma corrida de tiro curto. O esforço tem de ser concentrado para divulgar a candidatura, tentar entrevistas em rádios, na tevê e gerar notícias positivas sobre o Serra. Quem tem estrutura de prefeitos e lideranças locais recebeu ainda a incumbência de engajá-los nessa campanha;, explica o deputado federal Jutahy Júnior (PSDB-BA).

Esforço total
A exemplo do que aconteceu com os tucanos, os petistas também pediram esforço total dos aliados para vencer a guerra que leva ao Palácio do Planalto. Em Mato Grosso, o governador Silval Barbosa (PMDB), já reeleito, reuniu 130 prefeitos. No Rio de Janeiro, os deputados federais Eduardo Cunha (PMDB) e Manoel Ferreira (PR) ; que também é pastor ; atuaram sobre o segmento evangélico. Colega de Câmara, Ciro Gomes (PSB-CE) foi escalado para tentar manter a vantagem de Dilma no Nordeste. ;Dilma pediu para governadores e senadores eleitos atuarem em seus estados para multiplicar a atuação da campanha, já que temos pouco tempo. O papel desses coordenadores é pedir votos mesmo, ir para a rua;, diz o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Cada estado tem pelo menos um articulador de campanha, estrategista escolhido pelos candidatos de acordo com o respectivo peso eleitoral (veja arte). Há políticos, no entanto, com poder de influenciar mais de um estado, e acabaram com a responsabilidade de coordenar politicamente uma região inteira. Enquadram-se nesse grupo Ciro Gomes e o governador reeleito Eduardo Campos (PSB-PE), responsáveis pela campanha de Dilma no Nordeste. Do lado tucano, Aécio Neves e o governador recém-eleito Geraldo Alckmin (PSDB-SP) foram escalados para reforçar a campanha em vários estados do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste.

Principal nome petista, o presidente Lula deve atuar nos locais com forte peso eleitoral. Fazem parte dessa lista Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo. Na semana passada, o presidente também fez atos de campanha no Piauí e no Pará.

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