postado em 18/10/2010 08:47

As coisas mudaram inclusive no Nordeste, onde a candidatura tucana enfrenta mais dificuldades para deslanchar. Em Alagoas, por exemplo, depois dos discursos tentando colar sua imagem à do presidente Lula, o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) ; que tenta a reeleição ; finalmente decidiu assumir sua identidade. Mandou imprimir novo material de campanha em que aparece ao lado de Serra, parou de falar da sua boa relação com o atual governo federal e organiza a primeira visita do presidenciável tucano ao estado nesta campanha.
A equipe que coordena a campanha de Serra nacionalmente desembarcou em solo alagoano pela primeira vez na semana passada. Queria coletar informações sobre as realizações do atual governador e procurava dados e personagens para mostrar os benefícios das ações iniciadas durante os anos de PSDB no comando do país.
No Piauí, o atual cenário é semelhante. Sílvio Mendes (PSDB), candidato ao governo, também resolveu tirar o presidenciável José Serra do escuro. Neste segundo turno, em seu site, publicou um banner com a imagem do tucano, divulgou pesquisas de intenção de voto e pronunciamentos em defesa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e também elenca feitos de Serra. No primeiro turno, a estratégia era exatamente oposta. Integrantes da campanha de Mendes afirmaram ao Correio que dois materiais tinham sido produzidos ; um com Serra e outro sem ele. Agora, o grupo avalia que é hora dos santinhos ;com Serra; ganharem as ruas.
Na próxima semana, José Serra deve visitar o estado. Durante um café da manhã com jornalistas, Mendes tentou explicar o motivo da passagem atrasada: ;Ele já deveria ter vindo ao Piauí, mas devido a sua agenda de campanha, teve que adiar a visita;. A presidenciável petista, Dilma Rousseff, visitou o estado há dois fins de semana, ao lado do presidente Lula.
Região Norte
No Pará, o presidenciável tucano também ganhou mais espaço na campanha de Simão Jatene (PSDB). Só agora ele aparece no site do candidato ao governo local, dá depoimentos sobre o aliado e as bandeiras nas ruas já mostram os dois nomes. No primeiro turno não foi bem assim. Apenas um dia de campanha uniu os dois tucanos. Nesta nova fase, Jatene cita Serra várias vezes em seu Twitter e diz que levará o candidato à Presidência ao estado. Anchieta Júnior (PSDB), candidato à reeleição em Roraima, também abriu espaço para o presidenciável tucano, diferentemente do que fez na disputa do primeiro turno.
Quem manteve a coerência foi o candidato ao governo de Goiás Marconi Perillo (PSDB). Ele foi um dos únicos a assumir a aliança com José Serra desde o início da campanha.
Dilma e a Paraíba
O apoio nos estados à candidatura da presidenciável Dilma Rousseff (PT) sofreu poucas mudanças neste segundo turno. Candidatos aos governos locais que são aliados da petista continuam insistindo na aliança que mantêm com ela e como presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Somente na Paraíba ocorreu mudança, mas por desejo da própria candidata. A coordenação da sua campanha proibiu o governador José Maranhão (PMDB), que tenta a reeleição, de usar imagens suas e dizer que é seu aliado. É que o peemedebista disputa o governo com Ricardo Coutinho (PSB), que também é apoiado por Dilma Rousseff.
A ideia do comando da campanha petista é evitar o envolvimento da presidenciável no embate dos dois aliados paraibanos, que começa a esquentar. Na semana passada, Coutinho criticou o PMDB e disse que a juventude militante está fazendo uma campanha difamatória, atribuindo ao candidato do PSB a prática do satanismo. A petista quer ficar de fora dessa guerra. Afinal, precisa do apoio dos eleitores de ambos os candidatos.