postado em 20/10/2010 08:00
A campanha do candidato do PT, Agnelo Queiroz, ao Palácio do Buriti ganhou reforço ontem. Reeleito com mais de 17 mil votos, o deputado distrital Cristiano Araújo (PTB) convocou seus apoiadores para irem às ruas em busca de eleitores para o petista. Contrariando a própria mãe, Maria de Lourdes Araújo, que renunciou à candidatura de deputada federal para ser cabo eleitoral do ex-governador Joaquim Roriz (PSC) na primeira fase da eleição, Cristiano prometeu ajudar o ex-ministro do Esporte a ganhar as eleições.A contribuição do presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof) da Câmara Legislativa é bem vinda para os petistas. O distrital é o relator do orçamento de 2011 e poderá interceptar tentativas do grupo azul de atrapalhar as contas de um eventual governo de Agnelo.
Apesar de ter declarado publicamente apoio ao petista apenas na noite de ontem, durante uma reunião com cerca de 500 pessoas no Setor Comercial Norte (SCN), Cristiano Araújo esteve presente na campanha do PT desde o início das costuras política para a formação da coligação Um Novo Caminho. Segundo Cristiano, não foi possível dar ;aquela força; no primeiro turno porque a candidatura dele havia sido barrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) com base na Lei da Ficha Limpa. (Leia Memória)
Para evitar problemas com a Justiça Eleitoral, Cristiano disse que evitou as empresas da família durante a própria campanha. ;Nem passei pelas empresas para não dizerem que estou cobrando os funcionários. Quero mostrar que sou um político que tem capacidade de construir o próprio caminho;, afirmou ao Correio. Sobre o apoio a Agnelo, ele frisou que acredita nas proposta do programa de governo do PT e frisou que não houve nenhum tipo de ;leilão;.
Tratamento igual
Agnelo Queiroz disse que irá dar tratamento igual às empresas que queiram fechar contratos com o seu eventual governo. ;Vou tratar como todo serviço público, com total transparência, impessoalidade e por meio de concorrência pública;, disse. O candidato do PT valorizou o apoio do distrital lembrando que ele teve votação expressiva e que é o relator do orçamento na Câmara. Mas o petista não quis adiantar sobre a eventual formação da composição da Mesa Diretora da Casa. Disse que reunirá a bancada caso seja eleito.
Ao falar para os seguidores no 4; andar do Edifício Varig, o distrital pediu que fiquem na cidade no dia da eleição e convençam pessoas a fazerem isso. Os feriados do Dia do Servidor e Finados estão dando preocupação para o grupo petista, que teme uma alta abstenção nas urnas. ;Vou estar com a lista de chamada. Quero ver vocês lá;, brincou Cristiano.
Antes de encontrar o distrital, o candidato do PT inaugurou um comitê no centro da Ceilândia, ao lado do restaurante comunitário. O comitê Agnelão irá funcionar 24 horas até a véspera da eleição. Apoiadores farão plantão para conquistar eleitores que circulam na região. Cerca de 10 mil pessoas almoçam todos os dias no restaurante. Candidatos eleitos, como os deputados federais Paulo Tadeu (PT) e Luís Pittiman (PMDB) estão escalados para fazer campanha no local. Por volta das 16h, Agnelo visitou uma creche na Ceilândia. Prometeu melhorias para o local e reafirmou o compromisso de oferecer creche para todas as crianças do DF.
MEMÓRIA
Liberado a dois dias do pleito
Depois de alcançar o posto de segundo deputado mais votado em sua primeira disputa a uma vaga na Câmara Legislativa, em 2006, Cristiano Araújo garantiu à reeleição em 3 de outubro, com 17.047 votos. Ele teve a candidatura liberada a apenas dois dias das eleições pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), depois de ter o registro impugnado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) em 11 de agosto, a pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE) com base na Lei da Ficha Limpa. Em decisão monocrática, o ministro Hamilton Carvalhido aceitou as alegações dos advogados do distrital e deferiu o registro. Araújo foi barrado devido a uma condenação por abuso de poder econômico nas eleições de 2006. De acordo com a ação judicial, o candidato havia coagido e ameaçado, por meio de terceiros, funcionários da empresa familiar Fiança a votarem nele naquela ocasião. O distrital foi considerado inelegível por três anos a contar de 2006. Entretanto, segundo o MPE, deveria ter sido aplicada a Lei Complementar n; 135, que impede a candidatura por oito anos a partir da posse no mandato em que houve a infração. Para o ministro do TSE, no entanto, o prazo não poderia ser ampliado por conta da nova norma e deveria ser aplicado o princípio da ;segurança jurídica, essencial ao Estado Democrático de Direito;.