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Serra é agredido em passeata no Rio de Janeiro

Durante caminhada, o presidenciável tucano é atingido na cabeça. Objeto foi atirado por uma manifestante petista

postado em 21/10/2010 08:47
O candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) interrompeu a agenda de campanha ontem no Rio de Janeiro depois de ser atingido na cabeça por um rolo de fita-crepe. O presidenciável fazia uma caminhada no calçadão de Campo Grande, bairro da Zona Oeste, quando um princípio de confusão entre militantes tucanos e simpatizantes petistas ganhou contornos de confronto. Por orientação médica, Serra cancelou a agenda, que incluía ainda uma visita ao Maracanã e um jantar com aliados para celebrar o aniversário do candidato a vice-presidente na chapa do PSDB, o deputado federal Índio da Costa (DEM-RJ).

O tucano caminhava acompanhado pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) e por Índio quando teve início o tumulto entre as militâncias rivais. Uma simpatizante petista teria jogado o rolo de fita-crepe que atingiu a cabeça de Serra. O presidenciável correu para um veículo da campanha e, após percorrer uma distância curta, resolveu descer do carro. Ele chegou a caminhar por mais 100 metros com os militantes tucanos, mas logo depois encerrou o evento público.

O conflito começou com uma pequena discussão. Primeiro, os petistas exibiam cartazes perguntando sobre Paulo Vieira de Souza ; o Paulo Preto ;, ex-colaborador de Serra que teria sumido com R$ 4 milhões arrecadados em nome da campanha. Os militantes ainda gritaram ;assassino;, numa referência à demissão de agentes mata-mosquitos durante o governo Fernando Henrique Cardoso. As provocações ganharam tons de confronto a ponto de os comerciantes fecharem as portas dos estabelecimentos, temendo quebra-quebra.

O presidenciável tucano criticou os adversários por terem agido com violência. ;Foi a tropa de choque do PT. Eles são a tropa de choque da mentira e da violência. Não sei se é previsto ou não, mas eles fazem no piloto automático. Lembra a tropa de assalto dos nazistas. É tropa de choque, muito típico de movimentos fascistas como eles são;, disparou Serra. Por precaução, o candidato foi encaminhado a um hospital no bairro de Botafogo, mas acabou liberado em seguida.

Acusado por Serra de incitar a violência, o PT reagiu. O secretário-geral da legenda, deputado federal José Eduardo Cardozo (SP), disse lamentar o incidente, mas garantiu que o partido não estimula qualquer ato violento. ;Em momento algum o nosso partido incentiva esse tipo de ação. Agora, essa campanha instiga o ódio e isso não parte de nós. Infelizmente, foram eles que começaram essa campanha de ódio. Mas somos contra qualquer ato de violência e não aceitamos ações como essa;, disse Cardozo.

Impostos
Antes de interromper a agenda, Serra prometeu retirar impostos de investimentos produtivos no Brasil, caso eleito. O candidato pediu um acordo entre União, estados e municípios para que todos abram mão de parte da arrecadação, facilitando assim os investimentos no país.

;Tem de ser um acordo nacional e com uma emenda constitucional, porque mexe com os estados. Para investir e para gerar emprego, você precisa aliviar o peso dos impostos sobre esse investimento;, declarou o tucano, em entrevista à rádio Tupi do Rio de Janeiro. Serra também prometeu reduzir os impostos sobre alimentos básicos e medicamentos.

Ibope sinaliza vitória de Dilma

; Uma pesquisa do Ibope divulgada ontem aponta vitória de Dilma Rousseff (PT) na corrida pela Presidência da República. Segundo o instituto, a petista tem 56% das intenções de votos válidos, enquanto José Serra (PSDB) está com 44%. Na contagem de votos totais, Dilma aparece com 51%, contra 40% de Serra. As intenções de voto em branco e nulos acumulam 5%. Os eleitores que disseram não saber em quem vão votar somam 4%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa, realizada entre 17 e 20 de outubro, ouviu 3.010 eleitores e está registrada no TSE com o número 36476/2010.

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